Os partidos políticos do Piauí, exceção o PT, sempre realizaram suas renovações do diretório estadual à base da calmaria e do entendimento. Recentemente, o PSDB reconduziu o ex-prefeito Firmino Filho à presidência da sigla com direito a comes e bebes. O PTB homologou o nome do senador João Vicente Claudino na combinação; o PFL, em comum acordo, emplacou Valdeci Cavalcante na presidência da agremiação. Até mesmo o PMDB, que está dividido ente oposição e governo, na hora da renovação as lideranças entraram em entendimento e reconduziram Alberto Silva.
Com as siglas menores acontecem à mesma coisa. No entanto, com o partido da estrela vermelha as diversas correntes caminham para o embate nas urnas como de costume. Mas, desta vez, a batalha está ferrenha por causa da “carona” do candidato apoiado pelo governo, Fábio Novo, num avião de uma empresa repudiada por degradar o meio ambiente no município de Bom Jesus. De acordo com o estatuto do partido, os candidatos não podem usufruir deste privilégio.
A briga já ultrapassou fronteira e está servindo de pauta para os meios de comunicação locais. Fábio Novo - por ser o favorito – está sendo ameaçado de cassação por parte dos outros candidatos, que já entraram com representação junto à comissão eleitoral. Apesar de Fábio Novo reconhecer o “erro”, ele justifica que a viagem era necessária por causa de um problema de saúde de uma Tia que necessitava de sua ajuda. Porém, os adversários não aceitam a justificativa e encararam o fato como eleitoreiro, gerando aí mais uma das celeumas envolvendo o PT.
Até o momento o governador Wellington Dias, pelo menos a público, não deu nenhum pitaco sobre o assunto. Entretanto, correligionários dos três candidatos já se manifestaram e as opiniões são diversas e distintas: uns defendem e outros acusam o “infrator”. O fato é que o PT ainda é o mesmo de 20 anos atrás quando se trata de questões internas. Porém, no poder, para conquistar espaços não mede as conseqüências e rasga todas as páginas de sua história. Parece-me que o partido nasceu para ser oposição.
Portanto, é esperar para ver se mais uma vez o estatuto do partido será ignorado, como está acontecendo na esfera de alianças políticas feitas nas últimas eleições, tanto em nível estadual como federal. Decerto é que as lideranças, quando visam conquistar o que almejam, passam por cima do que elas próprias instituíram nas constantes plenárias realizadas pelo partido.
Artigo de autoria do Jornalista Jânio Pinheiro de Holanda