Charge para coluna de Carlos Brickmann de ontem (04/03).
“Não tem desculpa”, por Carlos Brickmann
Coluna de quarta-feira, 5 de março
O chanceler brasileiro Celso Amorim exige que a Colômbia peça desculpas por ter invadido um acampamento dos guerrilheiros narcotraficantes no Equador. Entende-se o comportamento de Amorim: o chefe da política externa brasileira não é ele, mas Marco Aurélio Garcia, aquele do “top top” do acidente da TAM, que é companheiro da guerrilha colombiana no Foro de São Paulo, entidade que reúne os grupos latino-americanos que se dizem de esquerda – mesmo que sejam militaristas e golpistas, mesmo que promovam sequestros.
Amorim está errado: quem tem de pedir desculpas (ou calar a boca) é o Equador, que ofereceu seu território como abrigo a um grupo de narcotraficantes e sequestradores, e cujo objetivo é derrubar o Governo democrático de um país vizinho. Esse grupo (as FARC – Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia) só é diferente do PCC porque o PCC não pensa, ainda, em derrubar o Governo.
A prova de que as FARC agem em conluio com governos estrangeiros é a reação do presidente venezuelano, Hugo Chávez, que mandou suas tropas para a fronteira da Colômbia. Que tem a Venezuela a ver com o problema? Se alguém pudesse se queixar, seria o Equador; a Venezuela não tem nada a ver com isso. Ou tem: Chávez, como Garcia, como as FARC, é ligado ao Foro de São Paulo.
Cabe ao Brasil (e ao chanceler Amorim) negociar para restabelecer a paz na região. A tarefa de falar bobagem está entregue ao Equador e à Venezuela.
Gilmar – www.gilmaronline.zip.net
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