10 de outubro de 2008

Baderneiros e empanados


Artigo de autoria do Jornalista Jânio Pinheiro de Holanda

A cultura agressiva que mantém viva a idéia de que aqueles que pretendem ingressar na vida política devem ser guerreiros acostumados a viver no limite de suas forças atravessa décadas. Antes, esses ensinamentos, práticas que somente o interior dos quartéis, por vezes, testemunhava, agora é manifestado publicamente sem que haja punição para os culpados. O que se viu nas comemorações da vitória do candidato vencedor por parte de seus simpatizantes nas eleições recentes no município de Ribeiro Gonçalves foi para lá de intolerável.

Embriagados e embalados pelo efeito etílico, dezenas de desordeiros e desocupados, talvez respaldados por alguém das “costas largas” ainda infernizam a vida das pessoas que votaram no candidato opositor. Com a desculpa de que os atos fazem parte da comemoração da vitória, um bando de insolentes continua a provocar cidadãos pacatos que segundo eles, pecaram em votar no candidato contrário. Em cima de motocicletas envenenadas passam o dia à noite perturbando o sossego dessas pessoas, buzinando, xingando, soltando rojões e atirando pedras nos telhados das residências escolhidas. Até parece que as eleições foram ontem!

Nas chamadas comemorações incluem desde agressões verbais e maus tratos até humilhações. Agora, imaginem onde e contra quem tanta raiva contida durante anos pode explodir. É inexplicável, pois a democracia existe para todos. O prefeito anterior foi eleito por uma ampla maioria, o que deveria ser respeitada, afinal alguns do que hoje cometem os atos de vandalismo fizeram parte dessa maioria. Se não teve uma admisnistração condizente com o esperado à maneira sensata é o seu afastamento através do voto, como foi feito. É por isso, que existem eleições democráticas.

Vale ressaltar que o ranço político é como uma erva daninha, que apenas trás o mal e só gera prejuízos. Vencedores de hoje são pretensos perdedores amanhã e vice-verso. No próprio Ribeiro Gonçalves os exemplos estão estampados no decorrer de cada pleito. No município, a alternância no poder se dá constantemente sendo dividida entre os dois grupos que tiveram embate nas últimas eleições.

Portanto, aos arruaceiros que ainda vivem sob o clímax por causa da vitória de seus candidatos (majoritário e proporcional) convém baixar a bola e o salto, pois eleição é que nem partida de futebol: cada jogo é uma história. Não seria de salutar importância se os caciques empanados que, talvez, não apóiem as atitudes desses baderneiros, fizessem algo para coibir as ações dos séqüitos?

Mudar é preciso. E ainda há tempo