28 de julho de 2009

Arlindo Leão deixa a Cultura e assume o Trabalho

Na manhã desta terça-feira, o prefeito municipal de Parnaíba, José Hamilton Furtado Castelo Branco deu posse aos novos secretários da cidade, dentre os cargos empossados estão: Arlindo Leão (Secretaria do Trabalho), Mirócles Véras Neto (Secretaria de Projetos Especiais), Dr. Carlos Vinícius (Secretaria do Turismo), professora Fátima Carmino (Secretaria de Cultura) e Dra. Maria do Amparo (Ouvidoria Geral do Município).

Confira agora as palavras do atual secretário do Trabalho, Arlindo Leão, de onde fez um balanço geral de suas ações, num saldo do que foi a Cultura de Parnaíba nesses últimos quatro anos e sete meses quando esteve tomando frente da pasta:

“Por que será que estou chorando quando na realidade me sinto feliz? Assumi a Cultura sem promessas, acreditando, apenas, que a dedicação e o amor à missão que me foi confiada seriam as ferramentas necessárias para uma administração com honra e sensatez, e foram com elas que consegui provar que quando se quer tudo se é capaz! O mesmo quero fazer com o Trabalho, do qual assumo hoje com a mesma esperança em melhorias de quando assumi a pasta que deixo de consciência limpa e realizado. O povo, sábio como é, fará o julgamento das ações do novo desafio que, positivamente, e com seriedade, agora, assumirei.

Se há algo que muito me felicita é de que a partir de hoje sou secretário da mais bela e rica cidade do Brasil pela quinta vez. Tomar frente da Cultura me foi uma grande missão. Assumi a pasta da forma que recebi, tímida, quieta e desacreditada, e a tornei uma das mais presentes no município, aquela que soube assistir e escutar, em todos os momentos, sem distinção, todas as classes artísticas da cidade, e só isso valeria em muito para mim a maior recompensa que um ser humano pode levar na vida: a experiência! A Cultura de Parnaíba vive, agora, outros ares, e se me permitirem louvar algumas das mais de 300 ações culturais realizadas em apenas quatro anos e sete meses, resultado que julgo importante a todos nós, registro, aqui, o que me são grandes troféus: aquisição de três mil livros atualizados para a biblioteca pública municipal através de projeto junto ao Ministério da Cultura e mais dois mil adquiridos de professores e alunos que, sensibilizados, doaram ao nosso acervo; lançamento de mais de 16 livros, sendo mais da metade de autores parnaibanos; a vinda de um dos maiores pianistas do mundo, Arthur Moreira Lima; apresentação pública, na Praça de Eventos Mandu Ladino, do Grupo Galpão de Minas Gerais pela Petrobrás; criação do Museu do Esporte; criação da única sala de filmes antigos do Piauí, Wanildo Mendes; triplicação do número de grupos culturais da cidade; produção de três cd’s com as canções que embalaram as nossas festas juninas; criação do Réveillon na nossa praia da Pedra do Sal; transformação do carnaval, criando calendário completo com a maior premiação do Piauí; transformação da Via-Sacra; criação do Festival de Bandas Marciais; criação dos Folguedos Regionais, com a maior premiação do Nordeste; e, sem dúvidas, aquele não podia faltar, e que já faz parte como patrimônio histórico-cultural de nossa cidade: a criação e o desenvolvimento do maior veículo de cultura e história de nossa cidade, o jornal cultural “O Piagüí”. Tenho certeza, e todos aqui presentes jamais haverão de discordar, de que hoje, depois desses mais de quatro longos e batalhados anos, quando assumimos a Cultura, podemos olhar para nosso patrimônio histórico-cultural e dizer, com lágrimas nos olhos, o orgulho de sermos parnaibanos, um povo rico em história e cultura; rico em esperança e alegria; próspero e confiante; destemido e triunfante, eis o que somos, numa só palavra: parnaibanos! Deixo a Cultura apenas formalmente, porque ela sempre haverá de existir em mim, já que corre pelas minhas veias, e se há uma certeza que posso afirmar esta manhã é a de que Parnaíba, a nossa amada e querida Parnaíba, é sim, e nunca deixou e deixará de ser o berço da cultura piauiense. Ela, mais do que nunca, vive, agora, a sua efervescência, efervescência esta que entrego aos cuidados da administração da professora Fátima Carmindo, sabendo eu, que será bem cuidada. Deixo o cargo de Secretário da Cultura, que muito me orgulhou, sem inimigo. Para mim, o mais importante é chegar em qualquer lugar desta maravilhosa cidade e sentir no semblante das pessoas (do pobre ao rico) o prazer em me receber e ter a minha presença... Não tem dinheiro que pague tal recompensa, tamanho prazer!

A minha gratidão ao Prefeito José Hamilton é eterna. As melhores oportunidades que tive na vida foram dadas por ele, daí o fato de nenhum “canto de sereia” ter me animado até hoje. Nada me envaidece, nem mesmo um trabalho bem feito como o realizado, e o que deixei por acontecer: show dos cantores Chico César e Geraldo Azevedo (comemoração dos 100 anos do DNOCS), nova restauração da Locomotiva “Maria Fumaça” em parceria com o grupo Elizeu Martins e a instalação do acervo de todos os livros da biblioteca de Chagas Rodrigues, já guardados na sede da Prefeitura. Ainda não estou satisfeito, sei que, como ser humano, eu sempre vou querer mais, sempre acharei meios de superar a mim mesmo em cada ato e ação. Sou anti-materialista. A cada cargo exercido me tornei mais humilde e mais simples, não uma humildade da boca para fora como costumamos ouvir, mas uma humildade verdadeira e amiga. Sem dúvidas, reconheço que deixei a marca do meu trabalho, como parte de uma pequena contribuição à cidade onde nasci, fiz o meu berço, o de meus filhos, e que haverá, um dia, de me permitir um descanso eterno e em paz. Finalizando, gostaria de deixar um breve pensamento de um grande poeta francês: “o homem feliz é aquele que ao despertar se reencontra com prazer e se reconhece como aquele que gosta de ser”. Muito obrigado!”.

Fonte: O Piagüí
Foto: Gilson Brito