16 de agosto de 2009

Salão do Livro de Parnaíba tem sucesso surpreendente


O Primeiro Salão do Livro de Parnaíba (Salipa), realizado de 11 a 13 deste mês, no Espaço Cultural Porto das Barcas, superou as expectativas de todos e foi fixado como evento do calendário da cidade. Um sucesso inquestionável que contou com a mobilização de estudantes de todos os níveis, professores, intelectuais, grupos artísticos de todas as manifestações, livreiros de três estados e palestrantes respeitados como Assis Brasil, Moacyr Scliar e muitos outros. Foram quase três dias de atividades culturais intensas e com público numeroso em todas as ocasiões e ambientes do Porto das Barcas. O local de realização do Salipa, pela sua beleza arquitetônica e importância histórica, também ajudou a torná-lo o evento mais charmoso já visto em Parnaíba. Esta iniciativa tão bem avaliada foi resultado do entendimento entre o prefeito José Hamilton, o vice-prefeito Florentino Neto e o coordenador de comunicação do Estado, Welligton Soares, que também é da Fundação Quixote.

Foi emocionante, de arrepiar, ver pessoas numa fila de aproximadamente 50 metros, para entrar no auditório do Porto das Barcas; outras enormes filas de alunos de várias escolas passando pelo pórtico do evento para apreciar as apresentações culturais no palco de eventos ou participar das diversas oficinas de leitura; ver, pela primeira vez um evento cultural ter em Parnaíba público suficiente para superlotar um auditório de quatrocentos e vinte lugares, um mini-auditório de 50 lugares e uma praça de eventos para mais de três mil pessoas. Como vimos, o Salipa teve três programações simultâneas fluindo fácil, sem estresse, numa dinâmica perfeita. O interesse foi tanto que em algumas palestras havia pessoas assistindo um telão do lado de fora do auditório, com som e imagem do que estava acontecendo lá dentro.

Nossa estrela maior, Assis Brasil, estava lá na abertura do avento e permaneceu até o final recebendo amigos, leitores, estudantes e outros tietes para ser abraçado, tirar fotografias e autografar seus livros. Professores de literatura, estudantes de letras, literatos, críticos, imortais e outros ledores contumazes, admiradores da prosa de Moacyr Scliar, ficaram perplexos diante fala envolvente do respeitado membro da Academia Brasileira de Letras. O próprio prefeito da cidade, José Hamilton, manifestou sua euforia antes e durante a palestra. Depois de recepcionar Scliar, levá-lo a um passeio por locais turísticos de Parnaíba e mostrar-lhe algumas obras educacionais de destaque, José Hamilton foi à palestra na qual o imortal falou sobre os bastidores da criação literária.

Foi muito bom ver o desfile de legítimas atrações culturais no palco, próximo aos estandes das livrarias de Parnaíba, Teresina, São Luiz e Fortaleza. MPB e pop de Teófilo Lima e Soraya Castelo Branco nas duas primeiras noites. Cabeça Ativa com seu rock bem produzido na ultima noite. Público interessado em todas as apresentações. O Salipa foi divino. Nos turnos manhã e tarde o mesmo espaço recebeu o forró de raiz, na sanfona de Cego Bento, com seus 89 anos de idade, quase todos dedicados à musica verdadeiramente nordestina. Seu irmão Luiz, mais um amigo deles, compõem o Trio do Cego Bento que ainda hoje anima churrascos e outras festas. A cena dos três tocando no palco, em frente o painel do Salipa, foi muito bonita. Muito raramente o talentoso e quase nonagenário Cego Bento é lembrado como representante da cultura local. Mas o Salipa fez isto. Com seus acordes, executando músicas do Rei do Baião, encheu a praça de eventos de melodia e de uma arte pujante, verdadeiramente nossa. Mas também chamaram a atenção do público que se postou frente ao palco, as apresentações das escolas Cândido Athayde, do Sesc, intervenções do humorista e cordelista Marcos Silva, entre outras atrações.

Quando um projeto é bom, a vontade de participar e de ajudar se manifesta nas pessoas. O Salipa não teria sido o mesmo, não fosse a participação dos alunos do curso de Letras Português, da Universidade Estadual do Piauí, Campus de Parnaíba, que atuaram como voluntários na organização. O engajamento foi total. O corpo docente das turmas de Letras também se empenhou muito, marcando presença e auxiliando nas palestras ou mesmo no receptivo aos escritores.

Assim foi o Salipa, uma sucessão de fatos positivos, com a garantia do prefeito José Hamilton de estar inserido no calendário da cidade.

Vida longa ao Salipa!

Por Francisco Carvalho
Fotos: Gilson Brito