Não seria nenhuma novidade se o candidato dos partidos aliados ao governo fosse um nome que não está posto entre os que figuram – desde cedo – como pré-candidatos à sucessão de Wellington Dias nas eleições de outubro de 2010. Ora, se deixarem os critérios e pré-requisitos de escolha a cargo do Partido dos Trabalhadores (PT) - na hipótese de Wellington Dias permanecer no cargo até o final -, pode-se esperar surpresas na indicação do candidato da base.
As “brigas” por debaixo do pano já estão acontecendo. Quem acompanha os fatos que se sucedem dia a dia, através de entrevistas dos pré-candidatos ou de seus seguidores nos respectivos partidos, percebe que ninguém quer abrir mão desta oportunidade. A imprensa e seus analistas políticos divulgam e comentam episódios sucessivos sobre querelas de bastidores envolvendo os pré-candidatos por informações de correligionários dos mesmos.
Apesar de todos - na frente das telinhas de TV – mostrarem-se receptivos aos acordos que poderão selar a paz da base aliada, nenhum dos pré-candidatos, diga-se de passagem: João Vicente Claudino (PTB), Wilson Martins (PSB), Marcelo Castro (PMDB) e Antônio José Medeiros (PT), veio a público afirmar de viva voz que: “para evitar conflitos estou retirando a minha candidatura”. Com a frase, de autoria deste humilde escriba, faço referência a todos os pré-candidatos que sempre batem na mesma tecla reafirmando que o projeto atual deve ser continuado.
Repetindo o que já disso acima, que nenhum abre mão da candidatura, a fórmula para resolver a questão seria o sorteio. Isto é, o nome de cada um seria colocado num papel, em seguida enrolado dados para uma criança tirar o sorteado. Este seria o meio mais democrático para a escolha do candidato da base aliada. Afinal, todos se dizem, capazes e experientes para levar o projeto do governo atual em frente.
De certo é que pelo menos, até agora, a candidatura do petista Antonio José Medeiros, do PT, ao governo do Estado, ainda não deslanchou e também pode ser fritada, tal e qual foi a de Antônio Neto, secretário da Fazenda. Porém, a permanência de Wellington Dias no poder possibilitaria a chance de o governador apresentar alguém que mesmo sendo de outra sigla partidária e não fosse nenhum dos pré-candidatos da base já lançados talvez viesse agradar os formadores do partido da estrela vermelha.
É uma possibilidade ainda não ventilada na imprensa local, mas pelo andar da carruagem poderá ser utilizada como recurso por Wellington Dias, caso permaneça no governo. Após anos e anos na oposição, o PT hoje convive com o poder e por isso, a maioria dos membros do partido, principalmente os que não possuem mandato, não querem nem de longe voltar às antigas origens.
Por Janio Holanda - Jornalista