16 de junho de 2010

Assembleia elege entidades piauienses que integrarão Comissão Nacional de Combate a Desertificação

As entidades que formam o Fórum Piauiense de Convivência com o Semiárido se reuniram nos dias 13 e 14 de junho em Teresina com o objetivo de avaliar os trabalhos desenvolvidos e encontrar formas de fortalecer as ações do Fórum. Na oportunidade foi realizada uma assembleia onde foram escolhidas as entidades piauienses que irão compor a Comissão Nacional de Combate a Desertificação.

As entidades escolhidas na Assembleia Deliberativa para a eleição e indicação dos membros representantes das organizações da sociedade civil no Piauí vão integrar, juntamente com as demais entidades de mais 10 Estados Brasileiros, a Comissão que vai definir as diretrizes do Programa de Ação Nacional de Combate à Desertificação e Mitigação dos Efeitos da Seca (PAN).

O programa vem sendo construído por meio de uma articulação que envolve os poderes públicos e a sociedade civil, sob coordenação da Secretaria de Recursos Hídricos do Ministério do Meio Ambiente e tem o objetivo de definir as principais ações para o combate e a prevenção do fenômeno da desertificação nas regiões brasileiras com clima semi-árido e sub-úmido seco.

Participaram da assembléia deliberativa o representante do Ministério do Meio Ambiente, Jonair Mongin, e o diretor de Recursos Hídricos da Secretaria do Meio Ambiente do Piauí, Milciades Gadelha de Lima. As entidades piauienses escolhidas na Assembléia foram a Cooperativa de Produção e Serviços de Técnicos Agrícolas do Piauí & ASSOCIADOS- (COOTAPI) e Centro Regional de Assessoria e Capacitação- CERAC.

Para Milciades Gadelha o grande desafio a ser vencido até o termino de 2010 é a criação do Plano Estadual de Combate a Desertificação, já que o problema é uma realidade no Piauí. Nilcides destaca também importância da participação da sociedade civil organizada nessa discussão, “o plano precisa ser elaborada de forma participativa e democrática, daí a importância dessas entidades, porque elas desenvolvem programas nessa área e estão em contato direto com a população, conhecem a realidade e os problemas e vão ajudar a encontrar as soluções”, diz.

O representante da Cootapi, Washington Gonçalves, explica que o Fórum Piauiense de Convivência com o Semiárido já discute o tema Desertificação há alguns anos através das ações da Articulação no Semiárido Brasileiro, mas confessa que em nível de Estado essa discussão não tem avançado “a elaboração de um plano estadual que venha apresentar as dificuldades e um planejamento da superação dessas dificuldades através de um diagnostico ainda não aconteceu devido a um distanciamento por parte dos órgãos do Governo, acredito ser necessário uma ação conjunta para a elaboração de um plano de ação”, ressalta.

Washington Gonçalves acredita que essa Assembleia é a oportunidade para que sociedade civil, Governo e Assembleia Legislativa se unam na busca de solução para a temática “outros Estados já concluíram e já executam seu plano de ação e o Piauí devido a esses entrave não consegue avançar, esperamos que essa seja a oportunidade do Governo trabalhar mais próximo da gente porque a história tem mostrado que os planos de gabinetes não dão certo, a população do local precisa entender o que está acontecendo e participar das discussões”, conclui.

Dia mundial de combate à desertificação e à seca

A Organização da Nações Unidas - ONU adotou o Dia 17 de Junho como o Dia mundial de combate à desertificação e à seca. O termo desertificação tem sido muito utilizado para a perda da capacidade produtiva dos ecossistemas causada pela atividade humana. Nas regiões semiáridas e subúmidas secas, a ação humana intensifica os processos de desertificação. As atividades agropecuárias insustentáveis são responsáveis pelos principais processos: a salinização de solos por irrigação, o sobrepastoreio e o esgotamento do solo pela utilização intensiva e insustentável dos recursos hídricos por procedimentos intensivos e não adaptados às condições ambientais, além do manejo inadequado na agropecuária. O crescimento demográfico e a consequente demanda por energia e recursos naturais também exerce pressão pela utilização intensiva do solo e dos recursos hídricos.


Por Paula Andréas