O Brasil não é mais considerado o país do futebol e sim das eleições. Pode crer meu caro compatriota! E olhe lá. A soma de valores envolvida nas campanhas eleitorais dos diversos candidatos ultrapassa a cifra gasta nas transações de atletas brasileiros entre clubes e empresas patrocinadoras.
Alternadas de dois em dois anos, as eleições brasileiras são disputadas neste pequeno espaço para os cargos de presidente da República e vice, senador e suplentes, governador e vice, deputado federal e estadual, prefeito, vice-prefeito e vereadores. Gente, pra falar a verdade, não consultei nenhum analista político ou econômico para totalizar tanta dinheirama. Porém, nem é preciso recorrer a isso, pois os informes diários dos meios de comunicação anunciam diariamente tal aberração.
A dúvida que paira no ar, entretanto, fica por conta da origem da mina. Outra coisa que não dá para entender é com relação às prestações de contas e às declarações de bens dos candidatos e seus financiadores. Nesta hora todo mundo é pobre! O patrimônio é tão minúsculo que às vezes serve de chacota para os humoristas de plantão, pois é totalmente diferenciado das ostentações do dia-a-dia dos candidatos coadjuvantes.
No Piauí, por exemplo, tem candidato rico de milhão, que se apresenta, de acordo com os bens declarados à Justiça Eleitoral, como pobre de bastão. Pena que a lei nunca pega esses que se passam por “nossos representantes”. Apesar do esforço da justiça em coibir as investidas dos candidatos na compra de votos, o país ainda está longe de obter sucesso na lisura de cada pleito que se sucede.
Todo dia vemos e ouvimos os meios de comunicação anunciar mandatos eletivos de políticos sendo cassados por força desse ato, muito embora, e infelizmente, a maioria retorna ao cargo após recorrer das sentenças em instâncias superiores. Por isso, o abuso do poder econômico ainda persiste neste país. Eis aí a explicação de tanto dinheiro espalhado nas campanhas eleitorais brasileiras. Portanto, a nossa expectativa é torcer para que um dia o Brasil volte a ser conhecido mundialmente como país do futebol e não das eleições.
Jânio Holanda - Jornalista