11 de janeiro de 2011

As cartas são de Wilson


Para quem acompanhou o desenrolar da confusão em torno de um nome que seria o candidato da base aliada, adiada e modificada dezenas de vezes por Wellington Dias, não é nenhuma surpresa a situação de “abandono político” que o ex-governador e senador eleito se encontra. Sem voz e sem vez nas reivindicações de cargos dos governos federal e estadual Wellington nem de longe parece o governador que mais teve aprovação da população piauiense.

A caminhada Brasil afora feita pelo deputado federal Marcelo Castro em busca de apoio para conseguir a aprovação dapartilha do pré-sal parece ter sido em vão. Depois de colher os frutos com a aprovação do projeto e aplaudido e ovacionado pela maioria dos representantes na Câmara e no Senado, Marcelo Castro agora sofre a decepção de ver todo o esforço jogado fora com o veto do então presidente Lula, endossado pelo aliado piauiense senador Wellington Dias.

Mas essa postura de Wellington Dias de dizer as coisas e desdizer em seguida vem desde a tal propalada candidatura do candidato da base. Ainda no comando do poder ele afirmou que ficaria no governo do Piauí para manter a unidade da aliança de 12 partidos e garantir palanque único para o candidato da base a ser escolhido.

Naquela oportunidade, ele disse que havia comunicado a decisão ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva de não ser candidato a senador. Segundo ele, o presidente Lula lamentou pela facilidade da eleição, mas respeitou sua decisão. Porém, dias depois reafirmou a possibilidade de ser candidato ao senado nas eleições de 2010, após ultimato feito pelo próprio presidente do Lula. Dá pra entender?

Sobre o pré-sal Wellington Dias, disse durante entrevista a um programa de televisão local que a decisão do presidente Lula de vetar divisão dos royalties se deu por achar que tal divisão vai prejudicar os Estados de São Paulo, Rio de Janeiro e Espírito Santo. A afirmação revela que Wellington Dias está contra o Piauí. Estado que ele governou durante sete anos e foi eleito senador nas eleições de outubro.

No entanto, com essa obediência ao Planalto fora do comum o senador Wellington Dias ainda não conseguiu arranjar nenhum cargo junto ao governo federal. Nem para si e nem para aliados. Enquanto isso, o governador Wilson Martins, sabiamente vem conquistando espaços no governo Dilma com a provável indicação de seu irmão para dirigir à importante Codevasf.

Eleito governador com que um milhão de votos, Wilson terá condições de exercer o poder ao seu gosto, para a contrariedade de alguns. Com as posições invertidas, Wilson Martins passou a distribuir as cartas. Sua decisão de diminuir o espaço de aliados no secretariado causou descontentamento no ex-todo poderoso PT.

Lembram-se da época da confusão sobre a escolha do candidato da base, onde os petistas diziam de alta voz e bom som que o PT deveria indicar o governador? E mais: Diziam os caciques do partido: “uma das vagas de senador deve ser de Wellington Dias porque ele está acima dos partidos. Será? Novos tempos!.

Jânio Holanda - Jornalista