Com o projeto as escolas passaram até água potável colhida através de calhas colocadas no teto e guardada em cisternas.
“Um alívio” foi assim que a Zeladora Maria da Conceição dos Santos da Escola São Luís de Baixo, da localidade de mesmo nome em Pedro II, se referiu ao Projeto Cisternas nas Escolas, uma iniciativa da Articulação no Semiárido Brasileiro (Asa Brasil). A tecnologia social, que acumula água da chuva para suprir as necessidades de consumo humano foi estendida para escolas rurais do semiárido que sofrem com a falta de água.
A dificuldade no acesso a água é uma realidade comum nas escolas de algumas comunidades localizadas na zona rural do município de Pedro II, com o projeto elas passaram a ter água potável colhida através de calhas colocadas no teto e guardada em cisternas.
Para a zeladora Maria da Conceição, com as cisternas nas escolas ganhou a escola, que recebeu da prefeitura, que é parceira do projeto, uma reforma ampla no prédio e melhoria nas instalações, ganhou os professores, alunos e os funcionários como ela, que tinha que carregar água todos os dias para suprir as necessidades da escola "eu botava água na cabeça, chegava aqui às cinco horas da manhã, tinha que colocar água para beber, para lavar, fazer a merenda, lavar banheiro... Ave Maria, mas hoje tá bom de mais não preciso carregar tanto peso, minha saúde também agradece", conta Dona Maria.
As cisternas de uso doméstico armazenam 16 mil litros de água de chuva que dar para suprir as necessidades das famílias durante o período de estiagem, mas nas unidades de ensino, os reservatórios tiveram sua capacidade ampliada para 52 mil litros. Com o projeto a comunidade é incentivada a zelar pelo bom uso das cisternas e, além disso, os professores trabalham a educação contextualizada que valoriza a região e incentiva a convivência com o semiárido.
A Escola Municipal Barbara Maria de Jesus na comunidade Mangabeira também foi beneficiada com o implemento. Para a professora Maria do Carmo além do beneficio que a cisternas traz para a escola, trabalhar a educação contextualizada através dela é uma boa forma de debater a convivência com o semiárido "As crianças aprendem que essa é uma forma de melhorar a vida de quem vive aqui na região, de lutarmos por melhorias na comunidade, eles aprendem que existe uma saída para o êxodo", diz.
Em Pedro II além da Mangabeira e São Luiz de Baixo as comunidades Brejinho, Santo Antônio de Baixo e Vista Alegre também foram contemplados com o projeto. A Unidade Gestora Microrregional responsável pela construção dos implementos é o Centro de Formação Mandacaru.
No Piauí o projeto Cisternas nas Escolas construiu 55 reservatórios em escolas da zona rural dos municípios de Acauã, Capitão Gervásio Oliveira, Coronel José Dias, Inhuma, Ipiranga do Piauí, Jacobina do Piauí, Jurema, Oeiras, Pedro II, Picos, Piracuruca, Queimada Nova, São José do Divino, São Raimundo Nonato.
Por Paula Andréas