3 de maio de 2011

Pronatec reforça a expansão dos cursos técnicos

A presidenta da República, Dilma Rousseff, e o ministro da Educação, Fernando Haddad, anunciaram nesta quinta-feira, 28, no Palácio do Planalto, o Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego (Pronatec). Ele tem o objetivo de expandir, interiorizar e democratizar a oferta de cursos técnicos e profissionais de nível médio, e de cursos de formação inicial e continuada para trabalhadores.

Segundo a presidenta, será feito um investimento de 1 bilhão de reais para concessão de bolsas e para o financiamento de cursos de educação profissional. A previsão é de que 8 milhões de pessoas sejam beneficiadas pelo programa no prazo de 4 anos. “Temos pela frente a perspectiva de um rigoroso processo de desenvolvimento econômico e precisamos de mão de obra qualificada para manter esse crescimento sustentável”, destacou a presidenta Dilma Rousseff, na cerimônia de lançamento do projeto.

O Pronatec reforça a expansão da Rede Federal de Educação Profissional e Tecnológica. Além das 81 unidades que estão em execução e devem ser inauguradas neste e no próxim ano, o Governo Federal deve anunciar nos próximos dias outras 120. Com as 140 existentes até 2002, mais as 214 inauguradas no governo anterior, a rede federal deverá contar com cerca de 600 unidades escolares administradas pelos 38 institutos federais de educação, ciência e tecnologia.

Em relação ao Piauí, o reitor Francisco das Chagas Santana, destaca que o IFPI pleiteia a autorização da construção de, no mínimo, 10 novos campi dentro do programa Expansão 3, que será anunciado pelo Ministério da Educação. A ideia inicial é de que sejam contemplados os municípios de Campo Maior, Valença, Pio IX, Canto do Buriti, Colônia do Gurguéia, Barras, Esperantina, Guadalupe, Bom Jesus e Cocal. “Além disso, temos pretensão de ampliar essa oferta também para cidades como Palmeirais, Alto Longá e José de Freitas”, diz.

Segundo o reitor, todos os municípios com mais de 50 mil habitantes do Piauí já possuem IFPI. “Por isso, estamos buscando beneficiar também municípios polo, onde a região circunvizinha soma mais de 50 mil habitantes”, acrescentou.

Pesquisas - Dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) de 2008 demonstram que apenas 25,5% da população de jovens de 18 a 24 anos alcançam o ensino superior. Os cursos técnicos de nível médio despontam, portanto, como alternativa de qualificação e inserção no mercado de trabalho para mais 74% desse contingente.

Pesquisa recente da Fundação Getúlio Vargas (FGV) demonstrou que ter formação profissional aumenta em 48% as chances de um indivíduo em idade ativa ingressar no mercado de trabalho. O estudo “A educação profissional e você no mercado de trabalho” também constatou que os salários daqueles que têm um curso profissionalizante são até 12,94% mais altos e é de 38% a probabilidade de se conseguir um trabalho com carteira assinada, em confronto com candidatos com escolaridade inferior.

A pesquisa da FGV reforça um estudo anterior, feito pelo MEC, com estudantes egressos da rede federal de educação profissional. O levantamento, divulgado em 2008, demonstrou a empregabilidade de 72% dos técnicos de nível médio formados de 2003 a 2007 pelos institutos federais.