UESPI Campus da cidade de Campo Maior |
Os problemas na Universidade Estadual do Piauí (UESPI) não se resumem a falta de estrutura, salários baixos, falta de professores, fechamento de cursos e até desabamento de prédios, como tem se visto nos últimos anos no estado do Piauí. A situação administrativa interna também é um caos.
Alunos do curso de Licenciatura Plena em História, do Campus Heróis do Jenipapo, em Campo Maior, denunciaram ao Campo Maior Em Foco que foram “barrados” de colar grau do curso. Eles afirmam que trabalham desde o ano passado e já está tudo pronto para a festa que deveria acontecer no próximo mês de outubro. Depois de quase todas as despesas pagas, e até as fotos oficiais, a placa sendo confeccionada, convites oficiais feitos aos homenageados, somente agora a direção do Campus comunicou à Comissão de formatura que a colação de graus não vai mais acontecer. Pelo menos por enquanto.
Segundo o Diretor do Campus Heróis do Jenipapo, uma resolução do governo federal relacionada ao ENADE (Exame Nacional de Desempenho de Estudantes) impede que a formatura aconteça antes de janeiro de 2011, nova data prevista. Tão bagunçada quanto a UESPI foi essa justificativa, pois segundo os alunos, a direção da UESPI disse que quem quiser pode colocar grau individual, em Teresina. Ou seja, a formatura coletiva não pode por causa da resolução, mas a mesma resolução não impede que seja feita a colação (juramento) em separado.
Segundo apurou o Campo Maior Em Foco, desde 2004 que Lei nº 10.861 e portaria nº 2.051 determinam o ENADE como componente curricular obrigatório dos cursos de graduação. Na prática é uma forma de obrigar os acadêmicos e se submeterem ao exame, que na prática não ajuda em nada a educação superior, senão mais um objeto de propaganda institucional do governo. Enquanto exames e mais exames provam a falência da educação pública, o governo investe em faculdades particulares, como é feito com vários programas. Várias liminares estão em Tribunais de todo o país para que o exame não seja critério para diplomar o formando.
O que os alunos de Campo Maior reclamam não é a obrigatoriedade de passar pelo exame, mas a omissão da UESPI em se prevenir e não deixar os acadêmicos em situação tão constrangedora. Segundo eles, muitos já tinham datas de suas festas particulares e a programação oficial já estava toda definida, além de convites para a solenidade oficial, empresas de ornamentação e missa agendadas, aula da saudade, descerramento de placa e tudo mais.
Campo Maior em Foco
Foto: Jonas Sousa