3 de outubro de 2011

Caso Fernanda Lages

Jânio Holanda
Nós, piauienses, sempre nos incomodamos com as chacotas advindas de outras plagas. Claro, que nesse mundo, penso eu, todos são bairristas, nem que seja somente um pouquinho. Quem tá lá fora acha, ou talvez por causa da pouca instrução que possui gosta de gozar do nosso estado. Isso já aconteceu via diversos meios de comunicação, tais como rádio, jornal, televisão, internet... etc.

No entanto, tem hora que a gente fica tão puto com as coisas que acontecem aqui que até, num momento de explosão, afirmamos que “os caras” têm razão. Por exemplo, no caso da morte da universitária Fernanda Lages, de 19 anos, na obra do Ministério Público Federal na Avenida João XXIII, zona Leste de Teresina. Estamos esperando até agora o desfecho do caso, que já dura mais de 35 dias e nada.

Todos os dias surgem especulações e hipóteses que confundem a população, principalmente por causa do trabalho de investigação da polícia, que, diga-se de passagem, merece ser frisada pelos chacoteiros nacionais que gostam de nos machucar. Pois é qualquer vivente que tenha um mínimo de raciocínio cerebral sabe que o crime, nas circunstâncias que aconteceu, já era pra ter sido elucidado logo nas primeiras horas.

Quem vem acompanhando os fatos desde o início sabe que o assassino ou (os) não teve ou tiveram muita preocupação com a presença de testemunhas no local. Primeiro, por ter sido praticado num horário que as pessoas já se preparam ou saem das suas casas para caminhadas ou para trabalho e, depois, por causa de pessoas estarem presentes no local onde a brutalidade aconteceu. No caso dos vigias da obra.

A única hipótese em que me faz acreditar o porquê do fato de ninguém não ter ouvido um sussurro ou gemido sequer da pobre moça é dela ter entrado no local amordaçada ou já morta. Pra quem foi bastante agredida e jogada de uma altura de quase trinta metros e não gemer, somente Jesus Cristo quando carregava a cruz para o calvário, e isso, todos sabem que é humanamente impossível acontecer com um mortal comum.

Já que a polícia já colheu vários depoimentos, entre eles do ex-namorado da vítima e dos vigilantes que encontraram o corpo, que são considerados uma das peças chaves na investigação e o laudo que vai determinar a morte da jovem já chegou da Paraíba, então o que está faltando para o esclarecimento do caso?

Não estamos mais no tempo da ditadura militar onde os crimes eram ignorados e nada acontecia. Agora temos num Estado democrático de direito e até políticos já estã sendo trancafiados. Por isso, este caso está sendo tratado pela autoridade policial da nossa capital estranhamente.

Se não, merecemos mesmo servir mesmo de gozação para os forasteiros de plantão, que aproveitam fatos dessa natureza para produzirem de seus programas humorísticos. Sabemos que a notícia já se tornou em grande repercussão nacional e se essas mancadas continuarem, certamente atrairá a atenção desses chacoteiros mesmo o assunto ser tão grave. E quem perderá com tudo isso é a população do Piauí e a família da vítima que já sofre com a perda de um ente querido e ainda poderá ter que suportar piadas daqueles que usam da desgraça dos outros para se projetarem.

Por Jânio Holanda - Jornalista