22 de novembro de 2011

Entrevista com o vereador Fernando Gomes do PCdoB


- Vereador você saiu do PT e se filiou ao PCdoB, qual a verdadeira motivação?
Saí não pelo partido, mas pela forma como a maioria dos seus dirigentes têm se portado depois que experimentaram o poder. Saí pela porta da frente, sem mágoas ou ressentimentos. A convivência não era pacífica, deixo-os em paz e fico também com a minha paz.

- Você saiu por que não teve apoio para ser candidato a prefeito pelo PT?                 
Não. Não tenho obsessão por ser candidato a prefeito. Não sou político profissional e isto me deixa à vontade para tomar a decisão que tomei. Se perder o mandato hoje, não terei preocupação, pois não vivo da política. Sou político por opção, por convicção, por acreditar que dá para fazer diferente.

- Insisto, todos acompanhamos o seu bom desempenho no mandato, mas o PT não lhe apoiou...
É verdade, só o PT (leia-se, os seus dirigentes) é que não valorizou o nosso trabalho.  Ressalto que a minha decisão não foi pessoal, isolada, ou seja, antes de tomá-la tive o cuidado de consultar as lideranças, os amigos, a militância sobre a situação e foi decidido por ampla maioria que eu deveria deixar o partido com base no tratamento dispensado  à minha pessoa. Foi, portanto, uma decisão madura e partilhada com os companheiros de jornada.


- Você está mudando de partido, o que mudou? 
Eu não poderia mais permanecer no PT, a minha relação com a cúpula partidária chegou a um nível de desgaste que incomodava a todos nós, de ambos os lados. Foi por isso que mudei para o PCdoB, porém, a mudança de partido não implica dizer que eu mudei os meus princípios, a minha postura. Isso não muda. Continuarei o meu mandato com a mesma determinação, com o mesmo empenho. Muda o partido, mas continuo na mesma linha ideológica.

- A suplente de vereadora Fátima Carmino deu entrada no PT reivindicando prá ela o mandato. Você perde o mandato?
A Justiça é quem vai se manifestar após ser provocada, mas estou tranquilo quanto à minha decisão que, no entendimento jurídico, se configura como desfiliação baseada em justa causa, conforme a Resolução do TSE que trata sobre a fidelidade partidária. Repito: estou tranquilo!


- E agora, o PCdoB vai lhe dar apoio?  Você tem legenda para ser candidato a prefeito em 2012?
Antes de ser filiado ao PT, eu pertencia aos quadros do PCdoB, então é o retorno à casa paterna. Devo dizer da satisfação como estou sendo recebido, onde o Partido manifesta a clara intenção de participar das eleições em 2012 não como mero coadjuvante no processo. Logo, esta é uma decisão partidária: o PCdoB vai ter candidatura própria a prefeito em Parnaíba e meu nome foi colocado à avaliação. Estou pronto para mais esta missão!

- O que você destacaria como pré-candidato a prefeito?
Parnaíba precisa ser o município indutor de uma política de desenvolvimento regional e neste contexto traçar um plano que permita desenvolver a economia com distribuição de renda, sob pena de pagarmos o alto preço que hoje circula em nosso meio: desemprego, políticas de saúde e educação pouco eficazes, juventude alienada, pobreza, violência, avanço das drogas, degradação ambiental, dentre outras mazelas.

Não há um toque de mágica para reverter o quadro caótico atual, mas tenho consciência que falta o principal: a vontade política e o compromisso para implementar ações que sejam de interesse coletivo. Esse ponto, vamos defender e atacá-lo fielmente, pois o  PCdoB tem um projeto para Parnaíba, onde as pessoas serão tratadas com a prioridade e o respeito devido. Promover o desenvolvimento econômico com justiça social e sustentabilidade ambiental será o nosso grande desafio!

Entrevista concedida ao repórter Jean Jorge e publicada no Jornal Agora Edição Nº 69

Jornal Agora - Edição Nº 69