Wellington Dias - PT |
Indagado, o senador Wellington Dias se defendeu: "Seria muito pequeno um parlamentar colocar o mandato a serviço de interesses individuais de uma empresa".
O Jornal Folha de São Paulo publicou que empresas que poderão ter multas ambientais suspensas com a aprovação do novo Código Florestal contribuíram no ano passado com cerca de R$ 15 milhões para financiar a campanha de 50 congressistas que participaram das discussões do projeto no Congresso nos últimos meses.
A revelação foi feita pelo jornal após o cruzamento dos autos de infração do Ibama com as doações eleitorais contabilizadas pelos partidos. As contribuições foram feitas no pleito de 2010, quando a reforma do código já estava em discussão na Câmara. O valor é 42% maior que o total doado pelas mesmas empresas na eleição de 2006.
As empresas foram autuadas, num total de R$ 1,6 milhão, por irregularidades como destruir vegetação nativa, áreas de preservação permanente, e consumir carvão de mata nativa. Algumas também receberam multas impostas pela Justiça.
O Senado Federal aprovou na última terça-feira (6) o projeto do novo Código Florestal. Com a nova lei, as empresas que aderirem a programas de regularização ambiental terão suas multas suspensas e convertidas em serviços de recuperação ambiental.
Entre os senadores que receberam dinheiro dessas empresas e participaram dos debates sobre a norma está o senador piauiense Wellington Dias (PT) .
Wellington Dias (PT) recebeu R$ 150 mil da Suzano Celulose, mas não vê conflito de interesse nesse caso: "Seria muito pequeno um parlamentar colocar o mandato a serviço de interesses individuais de uma empresa", defende-se o senador.
Ele disse que a empresa investirá R$ 6 bilhões numa fábrica no Piauí.
A declaração de Wellington não condiz com a revelação do presidente da Suzano Celulose, Antonio Maciel Neto, ao Jornal Estado de São Paulo, que a empresa adiou do primeiro semestre de 2012 para o segundo semestre de 2014 a decisão de compra de equipamentos da nova unidade de produção de celulose do Piauí. Com isso, o início de operações, anteriormente previsto para 2014, passa a ser em 2016.
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