Na tarde de terça-feira
(21), os professores da Universidade Federal do Piauí voltaram a
aprovar a continuidade da greve da categoria durante assembleia geral
realizada pela ADUFPI, data em que o movimento completou 96 dias de
paralisação.
O principal motivo
apresentado pelos professores para a continuação do movimento é a
falta de atendimento do governo federal às reivindicações dos
professores. Segundo o presidente da ADUFPI, Mário Ângelo, nenhuma
das propostas apresentadas contemplou as principais reivindicações
da categoria.
“Nas duas propostas
que apresentou, o governo ignorou nossas reivindicações de
reestruturação da carreira e de melhores condições de trabalho,
além de ter assinado um acordo com uma entidade que representa 3% da
categoria”, explicou Mário Ângelo.
Mário Ângelo afirma,
ainda, que para trazer o governo de volta à mesa de negociações,
os professores aprovaram flexibilizar a proposta inicial do Andes.
“O impacto da
proposta original do sindicato é de R$ 14,6 bilhões anuais,
enquanto o impacto da contraproposta produzida pelo Comando Nacional
de Greve e aprovada pela assembleia da ADUFPI é de R$ 9,4 bilhões,
resultando numa redução de mais de 35%. Isso mostra a nossa
disposição em negociar a nossa proposta, reduzindo a reivindicação
salarial média”.
O valor do piso para
professores graduados que cumprem 20 horas, seria alterado para R$
2.018,77, e o percentual de passagem dos níveis, os chamados
‘steps’, caíram de 5% para 4%, desta forma, a reestruturação
que os professores propõem projeta a malha salarial entre o piso e o
teto propostos pelo governo.
Sobre a decisão do
reitor da UFPI, Luiz Júnior, de ameaçar cortar o ponto dos técnicos
e professores grevistas, a ADUFPI assegurou que isso não ocorrerá.
“O reitor está
desmoralizado. A ANDIFES, entidade que congrega os reitores das
universidades e institutos federais, já orientou os reitores a não
fazerem o corte, enquanto o MEC, através do próprio ministro
Aloísio Mercadante, anunciou que o corte de ponto seria um grande
equívoco, na medida em que comprometeria a reposição das aulas”,
destacou Mário Ângelo.
O Comando Local de
Greve informou que a proposta aprovada altera apenas o valor do piso
para R$ 2.018,77 e o índice dos degraus para 4%, reestruturando a
carreira com evolução em percentuais uniformes entre níveis
remuneratórios, fatores definidos para os regimes de trabalho,
percentual definido de cada titulação como parte constitutiva do
vencimento.
Ontem (22), os
integrantes do Andes voltaram a se reunir com a Comissão de Educação
da Câmara Federal onde apresentaram as reivindicações do movimento
docente e solicitar a intervenção dos deputados pela retomada das
negociações com o governo onde irão apresentar a contraproposta
aprovada pelas assembleias.
Nesta sexta-feira, em
“comemoração” aos 100 dias de paralisação, o Comando Local de
Greve-UFPI está preparando diversas atividades em protesto devido à
falta de diálogo com o governo federal.
Assessoria de Imprensa