15 de maio de 2008

Brasil Ecodiesel amplia plantações de matérias-primas

Ibis Comunicação

Principal empresa de biodiesel do país consolida novas áreas de plantio de pinhão manso e mamona

A Brasil Ecodiesel confirmou sua liderança no setor de biodiesel no primeiro trimestre de 2008 e anunciou o aumento das áreas de plantios em terras próprias. Dando continuidade à estratégia de buscar óleos vegetais alternativos para a produção do biodiesel, a companhia concluiu o plantio de 5.300 hectares adicionais de pinhão manso, parte em consórcio com a mamona em terras próprias da Companhia. O anúncio foi feito nesta quarta-feira, dia 14, pelo Diretor Executivo e de Relações com Investidores Ricardo Vianna, durante a divulgação de resultados financeiros da Brasil Ecodiesel no primeiro trimestre deste ano.

Vianna anunciou ainda que a empresa apresentou receita líquida na ordem de R$ 167,3 milhões, 24,6% superior ao quarto trimestre do ano passado. A consolidação da utilização mandatória do B2 (diesel mineral com adição de 2% de biodiesel) neste primeiro trimestre também favoreceu a produção 70,7 milhões de litros de biodiesel e a venda 86,9 milhões de litros de biodiesel pela Brasil Ecodiesel. Volumes que representam um crescimento de 14,8% em relação ao trimestre anterior.

O prejuízo líquido de R$ 14,9 milhões contabilizado nos três primeiros meses de 2008 ocorreu devido, principalmente, aos resultados negativos do mês de março, que foi marcado pela forte alta nas cotações dos óleos vegetais, afetando todas as empresas do setor.


Novas oportunidades
Segundo Vianna, os resultados deste trimestre já eram esperados. No entanto, as perspectivas para segundo semestre de 2008 são positivas. Isto porque o Conselho Nacional de Política Energética (CNPE) determinou que a mistura obrigatória de biodiesel no diesel mineral seja elevada para 3% a partir de 1º de julho. A partir daí, ocorrerá um grande incremento na demanda por biodiesel no mercado nacional, gerando novas oportunidades para o segmento.

“A obrigatoriedade do B3 representa a maturidade da indústria brasileira de biodiesel. A mistura implicará numa demanda anual de cerca de 1,3 bilhões de litros de biodiesel, o que possibilitará inclusive uma redução da necessidade de importação de diesel. A elevação deste percentual incrementa ainda mais a posição de destaque que o Brasil tem no mercado internacional no que se refere à produção e utilização de energia provenientes de fontes renováveis”, afirmou Ricardo Vianna.

De acordo com a Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (ANFAVEA), a utilização de tal mistura não exige alteração nos motores e diversos fabricantes de motores vêm testando e aprovando misturas superiores.

A Brasil Ecodiesel espera um cenário favorável no segundo semestre também em razão dos resultados obtidos no último leilão realizado pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), em abril deste ano, quando a empresa realizou vendas com preços significativamente superiores aos obtidos no leilão anterior da ANP. As entregas deste último leilão deverão ser efetuadas a partir de 1º de julho próximo.


Energia x Alimentos
Diante da recente discussão em torno do impacto que a produção de biocombustíveis teria sobre a alta de preços dos alimentos, a Brasil Ecodiesel entende que este aumento dos últimos meses não tem relação com a produção de biodiesel. A causa está nos seguintes fatores: incremento da demanda de alimentos nos países em desenvolvimento, ocasionado pelos aumentos de renda e populacional, principalmente na China e na Índia; nos preços recordes do petróleo, que impactam toda a cadeia de produção (fertilizantes produzidos a partir de petróleo) e distribuição de alimentos (transporte).

O terceiro fator determinante para o aumento dos preços dos alimentos decorre da atuação de fundos especulativos no setor de commodities, principalmente após o início da crise com hipotecas de alto risco nos EUA, que levou muitos fundos a migrarem para as commodities agrícolas e metálicas como forma de manter a rentabilidade. Por fim, o crescimento do etanol de milho nos EUA, motivado por subsídios agrícolas, reduzindo a destinação do milho para alimentação assim como de terras destinadas a outras culturas alimentícias, exerceram forte pressão sobre os preços.