13 de fevereiro de 2009

Segurança em questão


Artigo de autoria do Jornalista Jânio Pinheiro de Holanda

Diante das repercussões sobre o aumento do índice da violência em Teresina e os constantes choques entre a cúpula de segurança (em especial o secretário da pasta, Robert Rios) e o judiciário, também venho a público manifestar a minha humilde opinião, bem como relatar um episódio criminoso ocorrido recentemente, onde, entre vários cidadãos, fui vitimado.

Sobre a celeuma criada por ocasião do famoso mutirão que vem libertando presos “irregulares” por parte da justiça e contrariedade do secretário Robert Rios, e de toda a população, gostaria dizer que um erro não concerta outro. Pois bem, se esses presos que estão sendo postos em liberdade ainda não foram julgados ou os seus processos excederam prazos legais - não cumpridos - por causa do grande volume existente nos armários e gavetas dos fóruns, de quem seria a culpa?

Se a polícia prende e a justiça solta (o xis da questão), por que isso acontece? São fatores que devem ser discutidos de cima para baixo. Afinal, os principais envolvidos: justiça e polícia alegam que ambos estão fazendo a sua parte. O secretário de segurança afirma de viva voz que a sua polícia, na maioria dos crimes, põe a mão nos criminosos e os prendem. Entretanto, logo em seguida a justiça manda soltar os marginais.

Por outro lado, a justiça, atualmente representada pelo Desembargador Raimundo Nonato Alencar, diz com veemência, que os juizes apenas cumprem as leis. Leis estas, elaboradas pelos “representantes do povo” (deputados, senadores). Perguntamos: E a população - principal vítima das garras dos bandidos – vai ficar assistindo passivamente essa discussão nos canais de televisão? Até quando?

Na minha humilde e modesta opinião, acho que o assunto deve transpor as barreiras dos blá-bla-blás e ser tratado com mais seriedade em instâncias que podem encontrar uma solução plausível para dar um basta na criminalidade que vem correndo a solta em nossa capital.

Os exemplos das ações criminosas dos meliantes, atacando e muitas vezes matando, já viraram rotina. Diariamente, fatos dessa natureza estão estampados nas manchetes dos meios de comunicação locais. Isso, sem falarmos naqueles em que não são denunciados. Prova disso, aconteceu comigo e uma dezena de pessoas que se encontrava num pequeno restaurante da zona norte de Teresina, no início deste mês.

Eram, mais ou menos, 22 horas quando fomos tomados de surpresa (todos: clientes e a proprietária do referido restaurante), sendo abordados por três marginais armados de revólveres. Sem dar chance de defesa para ninguém, levaram todos os pertences dos freqüentadores (carteira, dinheiro e celular) e saíram livremente a pés do local. Pelo que vi e ouvi de alguns, posteriormente, nenhum se deu ao trabalho de prestar queixa (inclusive eu) por causa da falta de eficiência dos órgãos competentes em coibir atos como estes.