29 de março de 2009

Perdemos uma grande dama!


Artigo de autoria do Jornalista e Escritor Mário Pires Santana

Após o trauma emocional provocado pela morte prematura de Dona Lozinha Bezerra --- de quem tive a honra de ser amigo --- ocorrida no sábado, dia vinte e um, sinto dificuldade em expressar algumas considerações sobre tão melancólico acontecimento, assim como falar de uma pessoa que em vida foi uma mulher como poucas.

Conheci dona Lozinha há muito tempo, pois vivemos no mesmo bairro durante muitos anos. No entanto somente em 2003 quando ingressamos no Instituto Histórico, Geográfico e Genealógico de Parnaíba, órgão então exemplarmente presidido por ela, foi que tivemos um relacionamento mais próximo.

A morte de Dona Lozinha abalou os meios culturais da nossa cidade, deixando uma lacuna que certamente jamais será preenchida. Seu abnegado --- e desprovido de vaidades pessoais --- trabalho à frente do IHGGP mostrou que a idade longeva não é empecilho para o labor, quando se tem vontade e determinação. Dona Lozinha ofereceu seus préstimos, de uma maneira fecunda e contínua --- sem férias e proventos --- durante cinco anos, em troca exclusivamente da propagação da cultura e do resgate da nossa história.

Hoje o IHGGP é uma referência na área da pesquisa para muitos jovens e professores que diariamente o freqüentam. Ali se encontra preservado, o vasto acervo dos quadros da antiga “União Caixeiral” cedido pelo professor Gilberto, o “Museu do Esporte” cedido pela família do Sr. Pedro Alelaf, o acervo de “Filmes de Cowboy” cedido pela família de Vanildo Mendes, e uma “Sala da Genealogia” com os brasões e um breve resumo da história das origens das famílias parnaibanas.

Dona Lozinha ao escrever o editorial da edição de lançamento da revista Histórica --- produzida e festivamente editada pelo IHGGP ---, assim se expressou sobre a importância da instituição: O nosso principal propósito é resgatar a história da nossa gente e das nossas tradições, enriquecer a genealogia das famílias parnaibanas, como sendo elas parte integrante no contexto das famílias brasileiras, e ainda ajudar a traçar mais detalhadamente os contornos da nossa geografia.

Diante da alta relevância do trabalho de Dona Lozinha em prol da cultura de nossa Parnaíba, todas as homenagens que lhe forem prestadas, ainda assim serão poucas, diante de sua larga envergadura moral, histórica e cidadã!

Encerro fazendo minhas as primeiras palavras proferidas pelo General Freitas Diniz ao chegar entristecido ao velório de Dona Lozinha: “Perdemos Uma Grande Dama”!

Mário Pires Santana
Email: mariophb@yahoo.com.br