4 de abril de 2009

A Crise chegou ao Piauí, ou não?


Artigo de autoria do Jornalista Jânio Pinheiro de Holanda

Pelas conseqüências que a população começa a padecer, parece-me que sim. No entanto, há de se estranhar que as gastanças e excessos proporcionados pelo poder público no âmbito estadual condicionam-nos a pensar que tudo está as mil maravilhas. Senão vejamos: Na semana passada o governo mandou proposição para o legislativo aumentar o salário do governador e do vice. Perguntamos: seria salutar, a iniciativa neste momento de crise?

Também há de se estranhar que, por outro lado, o governo reúne os principais auxiliares da administração direta e ordena corte de despesas em setores essenciais para o funcionamento das instituições. Existe aí, portanto, a constatação de que os valores da população estão sendo relevados a segundo plano. Apesar de o Estado ter elevado excessivamente o crescimento da produção de grãos nos cerrados, aonde o próprio Ministro da Agricultura veio presenciar o fato no local, nada estás sendo feito em benefício dos produtores.

Entra ano, ano sai ano, e as estradas que cortam vários municípios daquela região continuam deterioradas e, em conseqüência, prejudicando o transporte de escoamento da produção. De acordo com os produtores, os prejuízos são incalculáveis e boa parte daquilo que foi colhido termina ficando estragado diante da paralisarão das carretas em atoleiros. Relatos dizem que, as vezes, as cargas ficam expostas ao sol e a chuva durante dias. Mas, nem com isso, os defensores da não divisão do estado se sensibilizam com a questão.

Recentemente um canal de televisão promoveu um debate entre os deputados Edson Ferreira (DEM) e João de Deus (PT) sobre o assunto. O primeiro, defensor da divisão do Estado e o segundo contrário. O que vimos e ouvimos das duas partes foi muita euforia nos argumentos apresentados pelos dois. Entretanto, nenhuma proposta convincente que pudesse refletir em algo concreto. Se bem, que hoje a maioria dos “nossos representantes” preocupam-se apenas em aprimorar o dom da palavra para ludibriar o povo diante dos holofotes.

Se o governo não pode - talvez por questão burocráticas na liberação de recursos federais para o Estado – por quê então anunciá-los logo na assinatura de convênios a vinda de milhões e mais milhões para investimentos em estradas. Ora, em muitas delas, todos sabemos, as obras foram apenas iniciadas e logo em seguida paralisadas. Aí fica o dito pelo não dito. Portanto, já que a crise começa a refletir nos preços dos produtos brasileiros e piauienses, o governo deve começar a cortar a carne dentro do seu próprio seio.