11 de maio de 2009

Profissão: político

Artigo de autoria do Jornalista Jânio Pinheiro de Holanda

“É frágil uma democracia quando na qual pobres e ricos jovens e velhos reagem com um dar de ombros quando se fala nos desmandos e abusos cometidos pelos nossos representantes”. A frase é da escritora Lya Luft, porém, todo mortal deste país - que enxerga um palmo adiante do nariz – também concorda. Se não vejamos: não é que agora a câmara dos deputados planeja aumentar o salário dos parlamentares para compensar as farras das passagens aéreas utilizadas por parentes, amigos e aderentes dos congressistas, restritas recentemente e ninguém reage.

Os nobres representantes do povo estão defendendo a implantação do famoso cartão corporativo, e olhem só o valor: nada mais, nada menos, do que uma cifra superior a bagatela de R$ 120 mil. Pobre bolso do contribuinte, cada dia mais surrupiado! Mas, a culpa é de uma maioria de incautos que, a cada eleição, tem a oportunidade de mudança, mas não faz: continua reelegendo os mesmos picaretas de sempre. Tudo isso apenas porque tem que pagar os pequenos favores recebidos: entre outros, doação de telhas, tijolos, cimento, e bola de arame.

Assim essa parcela de eleitores vem mantendo o assento permanente de muitos políticos, que já fizeram carreira com as constantes renovações de mandatos. A maioria, quando o peso da idade supera as forças, passa o bastão para os filhos e assim prosseguem. Enquanto essa lei eleitoral vigente continuar estaremos assistindo nos telejornais as sucessivas falcatruas envolvendo os mesmos nomes.

O Brasil, no momento, passa por um estado de calamidade pública. Nas regiões norte e nordeste as chuvas estão causando catástrofes e mortes; o mesmo acontece no sul, devido à estiagem. Mesmo assim, os representantes da população não se sensibilizam com o sofrimento das pessoas. As tragédias que a televisão vem mostrando diariamente país afora, servem apenas para enriquecer o conteúdo dos seus discursos.

Na semana passada, o próprio presidente Lula veio ao Piauí presenciar os estragos causados pelas chuvas. Sabem o que ele disse: “VIM AO PIAUÍ PARA PRESTAR SOLIDARIEDADE A ESTE POVO”. Até certo ponto, havemos de louvar a atitude do comandante da Nação. No entanto, bonitas palavras não enchem barriga de ninguém. Seria salutar, por parte do presidente - que já veio ao estado sabendo o que estava acontecendo – trazer recursos em mãos para suprir as necessidades emergenciais.

Resumindo, a vinda do presidente ao estado serviu apenas para mais um ato político, o que ele sabe muito protagonizar. Perguntamos: Seriam verdadeiras as especulações que o presidente Lula estaria almejando um terceiro mandato? Se verdade, o mesmo entraria no rol daqueles que usam a política como profissão.

Muda Brasil!