28 de maio de 2009

Valores: A “Cruz” ou a “Espada”?

Vivemos uma crise de valores invertidos sem precedentes, trocamos nossa espiritualidade pela materialidade; a honestidade pela “esperteza”; dignidade pela banalidade; cultura pelo besteirol; religiosidade pelo funk; família pelas orgias; sede de saúde pela justiça.

Assim, nossos pensamentos inverteram-se no tocante a vida terrena, causando grandes impactos em nossas vidas. Lendo um jornal publicado na segunda-feira, dia 25 de maio, chamou-me a atenção para um fato no mínimo curioso, onde alertava para inscrições em concursos públicos dos estados de Goiás e Espírito Santo, as vagas são para médicos especialistas em ortopedia, psiquiatria e medicina do trabalho, 12 vagas e para procurador do Estado, 03 vagas, até ai nada de diferente, porém, quando anuncia o salário vêm às pequenas diferenças: MÉDICO R$ 2.012,37 mais 20% de gratificação por nível superior e PROCURADOR R$ 17.689,00 ambos para trabalharem 30 horas semanais.

Fazendo alguns cálculos podemos ver que um procurador vale para o Estado, por 4 médicos especialistas. O Estado vai gastar por mês R$ 53.067,00 com seus três abnegados procuradores e R$ 24.148,44 com seus 12 médicos. Parece bem menos importante, a medicina.

Esta análise salarial me faz refletir sobre alguns pontos: Qual o nível de dificuldade entre o bacharelado em direito e a formação de um médico? Qual a importância social de um procurador e de um médico? Para o procurador necessita somente a formação, para o médico além da graduação a especialização que no mínimo são de 2 anos. Então para a nossa sociedade está tudo perfeito, temos mesmo este nível de pensamento, queremos que nossos procuradores tenham dignidade e respeito social e vida justa, porém nossos médicos não necessitam educarem seus filhos, ter uma vida justa e sociável ou eles conseguem o milagre da multiplicação?

Somos refém das imposições e pagaremos um preço muito alto por aceitarmos todos os modelos que tornam nossa sociedade discrepante. Não temos um pensamento que este ou aquele seja bem ou mal remunerado; nosso sentimento é de justiça dentro dos parâmetros que adotamos. Quero ser bem recebido, bem tratado, por um médico atualizado, paciente, que tenha apenas o meu problema para resolver e não os dele. Será que é possível? Nosso procurador deve ser merecedor de sua digna remuneração, e ele me trata muito bem? Necessito mais dele ou de um médico? Sou cidadão, homem, pai, irmão, filho, amigo e médico. Será que terei o Médico no serviço público que necessito? Tenho os serviços do nosso procurador como deve ser e como ele é pago para exercer? Com a palavra todos os cidadãos de bem.

Dr. José Osvaldo
Médico Ortopedista