18 de maio de 2009

Wellington Dias, o estrategista

Artigo de autoria do Jornalista Jânio Pinheiro de Holanda

O governador Wellington Dias vem administrando o Estado neste segundo mandato com mais tranqüilidade. Se compararmos os dois modelos, podemos admitir que exista certo paradoxo entre eles. Mais experiente, o governador, além de contar com o apoio de quase todas as matizes partidárias, é detentor da maioria parlamentar na Assembléia Legislativa. Por isso, vem tocando o governo sem ameaças da oposição.

Trata ex-adversários ou lideranças do interior de acordo com o peso político eleitoral, sem se incomodar com as queixas de aliados motivados por ciúmes. Que o diga o deputado Nazareno Fontelles, que tentou várias vezes ecoar a voz por causa do tratamento diferenciado que o governador dar aos aliados. Nazareno, às vezes, tenta colocar o PT acima do governador defendendo idéias ultrapassadas.

Apesar de alguns esperneios, por parte dos colegas petistas, Wellington Dias sabe sobressair-se pela tangente. Exemplo disso pode ser constatado na atual conjuntura política, onde quatro candidatos a sua sucessão já estão no campo atrás de votos e apoios. Mesmo lançando o candidato Antônio Neto, que pertence ao PT, tem dito que todos são bons candidatos e, de vez em quando, coloca um dos nomes com se fosse aquele que teria o seu apoio.

Nesse aspecto age com inteligência, seguindo o velho ditado popular dito pelo então governador de Minas Gerais Magalhães Pinto, que dizia que a política é que nem nuvem, está sempre mudando de lugar. Com isso, consolida sua candidatura ao Senado agradando a gregos e troianos repetindo a estratégia da campanha da reeleição.Para conquistar o segundo mandato o governador Wellington Dias não mediu esforços em cooptar lideranças de todas as esferas. Acolheu antigos adversários e ainda contou com o apoio do empresário João Vicente Claudino, que entrou na campanha como um trator, passando por cima de todos os obstáculos e atraindo para si os maiores caciques eleitorais do Estado.

Na primeira eleição, conquistou a cadeira do Karnak por intermédio de circunstâncias altamente favoráveis. No atual governo, percebe-se também a indiferença do governador com o próprio partido, o PT. O PT sim, o mesmo que ditava as regras no início do primeiro governo, fazendo do mesmo um verdadeiro descompasso.

Naquele período, foi iniciativa do PT trazer uma empresa de fora para fazer a primeira reforma do governo Wellington Dias. Por sinal, um desastre. Agora a coisa mudou: o governador fala e o PT escuta. De certo é que o tempo vai passando, acontece um percalço aqui, outro acolá, e o governador conseguindo escapar ileso tanto das críticas da oposição(?) quanto da imprensa.

Prova disso foi o episódio recente da visita do presidente Lula ao Estado para visitar os alagados. Na ocasião, Lula apenas cuspiu microfones com o conhecido discurso de retórica e ainda ignorou pedidos de ajuda do próprio governador e de prefeitos. Isso causou rebuliço, encheu a imprensa de pauta e deixou a oposição cheia argumentos contra o governador e o PT. Os dias passaram, o próprio presidente voltou atrás, está garantindo verbas para a assistência às vítimas das chuvas e Wellington Dias continua sendo admirado.