3 de setembro de 2009

Operação Peçonha: Acusados conseguem “Habeas Corpus” duvidosos

Dois acusados de participação no tráfico de drogas na região litorânea do Piauí, estão soltos após conseguirem habeas corpus expedidos por dois juízes da comarca de Parnaíba. Um dos envolvidos no tráfico, Flávio Carvalho Lopes, foi preso durante a Operação Peçonha da Polícia Federal no começo do mês de julho

Um dos documentos está assinado pelo Juiz de Direito da Primeira Vara de Execuções Penais de Parnaíba, José Ribamar Oliveira Silva. O habeas corpus favorece o acusado Flávio Carvalho Lopes, acusado de ser “o braço direito” do chefe do tráfico conhecido por Cobra, que também foi preso na Operação Peçonha.

No documento de soltura de Flávio, consta que ele foi preso pelo delegado do 2º Distrito Policial e sua prisão não pode ser mantida devido a insuficiência de provas. Outro detalhe, é que para ser concedido o habeas corpus seria necessário que a justiça ouvisse o investigador da Operação Peçonha, procedimento este que não consta nos autos. E curioso no documento, é que o juiz diz que Flávio foi preso pela Polícia Civil, mas a Operação Peçonha foi realiza com efetivos da Polícia Federal.

Apesar dos documentos mostrarem a assinatura do Juiz José Ribamar Silva, o próprio negou a imprensa que teria tomado tal procedimento. “Nunca assinei qualquer documento que seja referente a Operação Peçonha” afirma o juiz. Flávio Carvalho Lopes, foi solto no dia 29 de julho, e até hoje está em liberdade.

Outra situação um tanto misteriosa da Justiça de Parnaíba quanto a expedição de habeas corpus foi referente a outro acusado de associação ao tráfico, Everaldo Sampaio. Para ele, que é advogado, foi concedido o direito de não se apresentar e não precisar ser ouvido pela Polícia Federal. O documento é assinado pelo Juiz Manoel de Brito Aragão que o mantém em liberdade.

Por Francisco Brandão e Patrícia Costa
Fotos: TV Delta e Polícia Federal