5 de setembro de 2009

Em entrevista, delegado da PF diz o que poderá acontecer com advogado acusado de associação ao tráfico

O delegado da Polícia Federal em Parnaíba, Marcos Roberto concedeu entrevista na tarde dessa sexta-feira (04/09) e falou sobre a nova prisão de Flávio Carvalho Lopes, conhecido por ser braço direito do traficante José Maria Cobra, preso a primeira vez na Operação Peçonha, realizada em Julho deste ano pela Polícia Federal.

Marcos Roberto falou também sobre o que poderá acontecer com o advogado Everaldo Sampaio, acusado de associação ao tráfico.

O delegado quando questionado sobre a decisão equivocada do Juiz de Direito da Primeira Vara de Execuções Penais de Parnaíba, José Ribamar Oliveira Silva, que culminou com a libertação de Flávio, preferiu não entrar na polêmica.

Confira na íntegra a entrevista:


O que a Polícia Federal achou da decisão do juiz no equivoco que culminou com a libertação do Flávio?

Bom, na verdade eu não vou entrar nessa polêmica, o que eu posso afirmar é que nós concluímos o inquérito no prazo, foi solicitada a conversão das prisões temporárias anteriormente deferidas pela Dra. Regina em preventiva, o juiz aceitou essa conversão e foram expedidos mandados de prisão preventiva contra os alvos que já estão presos, exceto o Flávio, que havia sido solto mediante uma liminar e habeas corpus, que nós conseguimos realizar a prisão dele hoje (04/09), então hoje ele já voltou para a penitenciária.

No caso do advogado Everaldo, o que deverá acontecer com ele?

O inquérito foi concluído sem que nós pudéssemos fazer a oitiva ou indiciá-lo no inquérito, e agora nós estamos aguardando para os próximos dias a denúncia feita pelo promotor de justiça e se essa denúncia incluir o advogado e o juiz automaticamente receber essa denúncia ele vai entrar no processo como réu, como todos os membros da organização.

Delegado Marcos, o senhor acredita que com relação a essas solturas isso pode vir a atrapalhar o trabalho que a Polícia Federal desempenhou?

Na verdade, qualquer desses presos que estejam soltos eles não vão atrapalhar o trabalho da polícia e vão agora atrapalhar o próprio trabalho da justiça, por que eles vão continuar a traficar drogas, vão continuar a reincidir no crime que praticaram, por que esse é o único meio de vida deles, é onde eles obtêm o sustento deles e da família e onde adquirem os bens, então com certeza eles soltos, eles vão atrapalhar, eles vão coagir testemunha, vão andar junto com a polícia querendo saber o que a polícia está fazendo, as investigações que estão sendo feitas, até para atrapalhar, então acreditamos que qualquer desses membros da organização que forem soltos nesse momento, com certeza vão atrapalhar o andamento do processo na justiça, no mais, como já aconteceu com a soltura do Pedro que saiu pela porta da frente do presídio e até hoje nós não conseguimos prender, então num eventual condenação desses membros da organização a possibilidade que a gente consiga encontrar depois para fazer a prisão dele é muito pouca, então a tendência é que todos eles postos em liberdade irão fugir, irão se omitir as condenações que forem impostas, então na verdade o processo vai se exaurir nesse momento.

Como aconteceu a prisão do Flávio, ele reagiu?

Não, ele se encontrava em casa tranquilo, até por que pensava ele que estava respaldado por liminar e habeas corpus, então nós conseguimos pegar ele no mesmo local que havíamos pegado antes e foi tranqüilo, sem nenhuma reação, sem qualquer intimidação por parte dele.

O delegado disse no final que todo trabalho da Polícia Federal só será coroado agora se a justiça prolatar diante das provas que a polícia apresentou, uma sentença condenatória, pois o resultado que a polícia federal pretende com toda essa operação é a condenação final de todos os alvos.

Atualmente na verdade tem 8 soltos, são 6 que estão foragidos, o sargento que a própria polícia pediu a soltura dele e o Pedro que escapou pela porta da frente da penitenciária.

Por Gilson Brito e Iris Maria
Fotos: Gilson Brito