Em pleno mês de maio
os agricultores já contabilizam o prejuízo e correm atrás de seu
Sindicato em busca de auxilio e de possíveis benefícios.
A estiagem que atinge
todo Nordeste, principalmente a região semiárida, também já causa
preocupação nos agricultores luzilandenses, alguns deles afirmam
ter perdido quase toda produção agrícola este ano devido à falta
de chuvas. Em pleno mês de maio, eles já contabilizam o prejuízo e
correm atrás de seu Sindicato e da Prefeitura em busca de auxilio e
de possíveis benefícios que possam amenizar a situação.
Com o inverno de poucas
chuvas algumas famílias já falam em perca total. Agricultores como
José Domingos dos Santos, do Conjunto 30 Dnocs, que com esperança
de chover plantou as sementes de milho e feijão que havia guardado,
hoje constata que perdeu toda produção “as semente que tinha
plantado perdi, para o próximo ano se quiser plantar tem que comprar
e como é que o agricultor compra, se não colheu quase nada? Indaga
o agricultor.
Em situação parecida
se encontra a agricultora Francisca Alves de Sousa da comunidade
Irapuá. Mãe de dois filhos, solteira, ela conta que chegou a
plantar, mas também perdeu tudo e revela que assim como ela, na sua
região muitas famílias estão na mesma situação “legumes
ninguém vai colher nada, só Deus sabe como é que vai ser próximo
ano, vai ter que comprar caro viu, e só se tiver dinheiro se não
tiver aí é que vai ser difícil”, lamenta Francisca Alves.
Devido a grande
quantidade de relatos feita pelos agricultores sobre esta situação,
o Sindicato dos Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais (STTR) de
Luzilândia, por iniciativa própria, resolveu ir a campo e fazer um
diagnóstico mais detalhado da situação. Para isso produziram um
documentário com relatos e imagens em várias comunidades rurais e
assentamento de Luzilândia “nós buscamos informações na
prefeitura sobre a atual situação e não obtivemos, colocamos então
em campo 16 dos nossos diretores para fazer uma varredura sobre a
situação dos agricultores, foram escolhidas algumas comunidades de
algumas regiões e feito um diagnóstico da situação”, afirma
Ioneide Pereira , presidente do STTR.
O levantamento feito
pelo Sindicato dos Trabalhadores (as) Rurais constatou que em
Luzilândia, comparando os milímetros de chuva de janeiro a abril,
este ano choveu 612,9 milímetros a menos que o ano passado. Eles
caracterizam esse período de estiagem como “seca verde” que
acontece quando há chuvas, mas com poucas precipitações e mal
distribuídas em termos de tempo e espaço, que é o que aconteceu no
município. Mesmo com as chuvas irregulares, mas com a esperança que
as chuvas iriam voltar, os agricultores plantaram suas roças, mas a
grande maioria deles perdeu a safra. De acordo com o levantamento
feito pelo STTR na região de Luzilândia foi constatado a perca de
75% da produção de arroz, 90% da produção de feijão e 80% da
produção de milho.
“Plantei um milho aí
choveu, soltou o pendão, outro dia serenou aí saiu as bonequinha e
desse dia pra cá não mais choveu, esse ano estou achando que não
segure nem a metade, e se segurar a semente talvez não preste para
plantar, porque estão chocha...” lamenta o agricultor Francisco
Garcez de Oliveira do Assentamento Palmares.
Uma das esperanças
desses agricultores é o Garantia Safra. Com ele, o agricultor
familiar tem a garantia de receber um seguro, em caso de secas ou
enchentes que causem a perda acima de 50% da produção do município.
Os recursos são provenientes do Fundo Garantia-Safra, formado por
contribuições da União, estados, municípios e agricultores
familiares.
Para ter direito ao
benefício, entretanto, o agricultor precisa aderir ao Garantia
Safra. E para isso é preciso que seu município e estado participem
do programa, e também que o município se comprometa com o Garantia
Safra, por meio da assinatura do Termo de Adesão. De acordo com o
STTR, no mínimo 1000 agricultores seriam beneficiados. Porém, o
município de Luzilândia não aderiu o ano passado ao Programa e
esse ano os agricultores não contarão com esse benefício.
“Como não houve
adesão nenhum agricultor será beneficiado, resta agora apelar para
os decretos de emergência, para que dessa forma possamos amenizar a
situação desses agricultores com outros benefícios como bolsa
estiagem, novas linhas de créditos e negociação de dívidas já
existente”. Explica Ioneide Pereira.
Por Paula Andréas -
Luzionline