Guará Vermelho |
No Brasil a ave também
pode ser chamada de guará vermelho, guará rubro e guará piranga
(em tupi, ave vermelha). Mundialmente o guará é conhecido como íbis
vermelho. O guará vermelho (nome científico: eudocimus ruberi) é
ave típica dos manguezais. O Delta do Parnaíba é um dos raros
locais do Brasil onde pode ser encontrada.
Sua magnífica plumagem
carmesim ocorre do carotenóide cantaxantina, pigmento de cor
vermelha presente nos crustáceos dos quais se alimenta. Elegante,
anda vagarosamente em águas rasas e lodaçais durante a maré baixa
com a ponta do bico submersa, abrindo e fechando as mandíbulas em
busca de comida. Possui bico fino, longo e levemente curvado para
baixo. As penas das pontas das asas têm a extremidade negra. O
comprimento fica em torno de 58 cm. Os guarás mais jovens apresentam
a cor pardo acinzentada nas penas superiores e esbranquiçadas nas
inferiores.
Caranguejos, tais como
chama maré ou sarará e o maraquani, e os camarões compõem sua
dieta principal. Também se alimenta de caramujos e insetos. Está
sempre em bando e seus voos coletivos, que podem se estender por
sessenta ou setenta quilômetros até os manguezais impressionam a
quem os assiste. Os guarás mais jovens podem formar bandos separados
dos adultos. Aparecem sempre juntos e procuram a vegetação mais
densa para dormir à beira dos extensos manguezais e lamaçais
litorâneos.
A sua reprodução
ocorre no período das chuvas. O guará se reproduz em colônias. Os
ninhos são plataformas construídas de gravetos, localizados entre
dois e 12 metros acima dos manguezais. Cada fêmea põe dois ou três
ovos. Durante e reprodução o bico do macho se torna negro e
brilhante, e a coloração vermelha fica mais viva. A fêmea mantém
inalterado o bico pardacento, mais fino do que o do macho, com a
ponta enegrecida.
A população de guará
está reduzindo por causa da drástica caça indiscriminada. Além da
carne para alimentação, suas penas são exportadas para a confecção
de adereços. A captura dos ovos e a destruição e poluição dos
manguezais devido à urbanização também contribui para que a
espécie seja considerada extinta em outras regiões brasileiras já
desde a década de 50.
Ascom Setur