21 de janeiro de 2008

Bolso vazio

Pelo que lemos e ouvimos nos meios de comunicação, tanto local, como nacional, as perspectivas de melhoras para o cidadão brasileiro em 2008 não são nada animadoras. Baseio-me nos relatos de analistas e dos próprios “representantes do povo”. Tudo, porém, por conta da queda da contribuição chamada de CPMF, que o senado da República resolveu por um fim recentemente.

Os dissabores sempre caem sobre a parte mais fragilizada, que é a classe de trabalhadores com renda média-baixa. Esta fica sujeita a pagar as contas dos sucessivos rombos causados pelos gestores do poder público. Estes são useiros e vezeiros de utilizarem as mordomias e as benesses dos organismos que dirigem em prol dos seus projetos pessoais. Infelizmente em nosso país a política serve de trampolim para o enriquecimento daqueles que conseguem almejar um mandato.

Quem diria que o presidente Lula, ex-sindicalista e defensor dos trabalhadores jogasse para o lixo toda uma trajetória de luta em defesa dos mais fracos? Os mesmos que os colocaram no cargo mais alto da nação, visando melhoria de qualidade de vida. Ora, também pudera! Quem pode percorrer as maravilhas de outros paises do mundo afora, às custas dos outros e sem qualquer dispêndio pessoal vai lá se preocupar com a choradeira de quem quer que seja.

O governo se exalta ao afirmar que o país no ano de 2007 se abarrotou de dinheiro, proveniente da cobrança de impostos (cerca de R$ 600 bilhões). No entanto, não esconde o desejo de reeditar outra medida provisória propondo novamente à volta da CPMF. Sem contar que já adotou medidas que resultaram no aumento de impostos, juros, contribuição do INSS e outras mais, que estão massacrando o trabalhador.

Como este ano é eleitoral, as conseqüências dos gastos de partidos e candidatos virão no próximo. Tanto os eleitos como os derrotados vão querer compensar de alguma forma os dividendos investidos na campanha. Em sendo eleito, o candidato tem os meios necessários para reverter à situação, através do poder e do tráfego de influência que terá nas mãos. Para os derrotados, sabendo-os que logo mais virá outra eleição, a solução é desde já se aliar a quem estiver em alta nas pesquisas e assim usufruir os votinhos que obtiveram transferindo-os sobre a condição de um cargo posterior.

E assim o nosso país vai caminhando desde o tempo da instalação da Nova-República para cá: sob a égide da corrupção. Os escândalos são sucessivos e ninguém é punido. Sambem o porquê? Porque tem quem cubra os rombos dessas roubalheiras, que são os pobres incautos cidadãos brasileiros, obrigados a pagarem, por meio de impostos, os corriqueiros desvios do erário.

Artigo de autoria do Jornalista Jânio Pinheiro de Holanda