Após o procurador geral de Justiça, Emir Martins Filho, ter pedido a quebra dos sigilos bancários e telefônicos de dois juízes, três advogados e dos dois delegados da Polícia Civil por corrupção. Com base em denúncia feita pela juíza Valdênia Moura, baseada no interrogatório de Marylucia Pereira dos Santos, que foi presa por furto e venda de cartões telefônicos da empresa Souza Cruz, em Teresina, a promotora de justiça Rita de Fátima Souza opinou pela prisão dos envolvidos inclusive do delegado de Polícia Civil Eduardo Ferreira.
Foram denunciados os juízes Antônio Soares (da Vara da Família) e Herbert Belisário (Vara criminal), os advogados Dalton Clark, Antônio Ribeiro e José Carlos Madruga e os delegados Eduardo Ferreira e Francisco Bonfim Filho. O procurador denunciou ainda o contador Almeriando Pereira da Silva, filho do juiz Herbert Belisário Júnior e o oficial de Justiça Luiz Correia Lima.
O caso
As negociatas com os receptadores, segundo os documentos, eram feitos dentro de motéis. Segundo a queixa crime, um dinheiro foi enterrado no fundo do quintal de Marylucia e a polícia descobriu. Para que ela não tivesse o pedido de prisão preventiva e apenas temporária teve que pagar R$ 120 mil aos delegados.
Os dois juízes foram denunciados junto ao Tribunal de Justiça do Piauí. Todas as provas foram encaminhadas aos desembargadores. O procurador Emir Martins pediu a quebra do sigilo telefônico e bancário porque Marylucia informou que fez as negociações pelo aparelho celular e que estaria tudo registrado, além das transações bancárias.
Um inquérito policial foi aberto anteriormente por ordem do Procurador de acordo com o depoimento de Marylucia que confirmou o pagamento de R$ 40 mil ao juiz Herbert Belizário que bloqueou a conta bancária da mulher onde tinha mais de R$ 100 mil, dinheiro vindo do roubo dos cartões, segundo ela.
Segundo o depoimento da acusada cerca de R$ 145 mil foram entregues para Dalton Clark e que juntamente com o advogado Antonio Ribeiro, objetivando ter de volta o dinheiro que foi depositado na conta da justiça pela acusada, fraudaram até uma declaração de imposto de renda da acusada, dada pelo contador Almeriano, fazendo constar que o dinheiro depositado na conta havia sido adquirido através de venda de material hospitalar.
Matéria: Roselandi Sousa