23 de novembro de 2008

Preconceito com moedas dificulta troco para o comércio


Vivian Costa - Diário do Grande ABC
Gilmar - Charge

Muitas pessoas não gostam de moeda, mas na hora de pagar algum valor pequeno, como a passagem do ônibus, pãozinho, balas, ou até mesmo facilitar o troco, elas são fundamentais. Ao deixá-las em cofres, no fundo de gavetas, no carro, ou até mesmo no fundo da bolsa sem utilizá-las, o BC (Banco Central) estima que, a população está tirando de circulação 50% das moedas produzidas pela Casa da Moeda do Brasil. Ao todo, há cerca de R$ 2,8 bilhões em moedas circulando no País.

Estimativas do BC mostram que essa metade que fica ‘parada'' causa transtornos nas transações comerciais. É fácil perceber isso com a falta de troco na região.

O empresário Gerson Manuel Duda, do Gandola Mini Mercado, de São Bernardo, afirma que as pessoas não têm noção de como as moedas são importantes para o comércio. "Quem as utiliza facilita muito o troco", afirma.

Rita Iracema Marques de Araújo, sócia do Mercado Palazzo, de Santo André, afirma que muitas vezes o valor da mercadoria acaba sendo arredondada por falta de troco. "Muitas pessoas não gostam de moeda, mas algumas vezes dou cerca de R$ 0,90 de troco porque o cliente não tem R$ 0,10". Para não ter problemas com troco, a empresária troca moedas diariamente.

O mesmo faz Jaqueline Bueno, gerente da loja Café do Ponto, do Shopping ABC Plaza. "Troco cerca de R$ 600 por dia", explica. Segundo ela, os clientes fazem questão de pagar o cafezinho com notas de valores grandes, mas quando questionados se tem trocados as moedas aparecem. "Os clientes têm vergonha de pagar com moeda, mas isso facilita para todos", explica. Segundo ela, as notas mais difíceis de trocar são as de R$ 5 e R$ 2.