12 de dezembro de 2008

Boquinha eterna


Artigo de autoria do Jornalista Jânio Pinheiro de Holanda

Realmente o que a imprensa vem divulgando sistematicamente nos meios de comunicação sobre a permanência do governador Wellington Dias à frente do poder estadual tem cunho verdadeiro. Este próprio e humilde escriba ainda é um dos céticos que não acredita na história ou estória. No entanto, ao conversar com um “companheiro”, que é membro do diretório estadual quase fui convencido pelo meu interlocutor que o governador permanecerá na cadeira principal do palácio de Karnak até o final de seu mandato.

A matemática feita por ele encaixa o secretário de fazenda, Antônio Neto, e o secretário de educação, Antonio José Medeiros como os candidatos do Partido dos Trabalhadores nas futuras eleições. Segundo o petista, aquele que se encontrar em situação mais confortável nas pesquisas será o candidato. Perguntado sobre quem seria os candidatos a senadores nessa chapa, fui informado que um deles, de nome já certo seria o vice-governador Wilson Martins, e o outro sairia de um partido aliado – provavelmente o PMDB – que lançaria o deputado federal Marcelo Castro.

Sendo assim, nós mortais entendemos perfeitamente que o PT não deseja entregar o poder para outro que não seja da sigla da estrela vermelha. Resta então saber se os outros partidos da base aliada vão permitir ou se conformar com essa artimanha. Na celeuma que envolve o nome do senador João Vicente Claudino como pretenso candidato de oposição em 2010, nada pode ser confirmado até agora, pois ora é citado pela mesma imprensa como “adversário” e ora também é aclamado como aliado do governo. Ao que sabemos, recentemente o governador também incluiu o nome do senador com provável candidato.

Mas, voltando ao assunto entre mim e o interlocutor petista, durante o decorrer do diálogo ele afirmou que o governador Wellington Dias tem interesse em disputar o cargo de prefeito em Teresina. Isto, é claro, dependendo do comportamento dos resultados das eleições estaduais, quando comandaria o pleito em prol de uma ampla aliança que, se vencedora, abriria os caminhos para o poder municipal. Essa também foi uma das alternativas citadas pelo meu interlocutor.

De certo é que o PT vem aglutinando gregos e troianos nos seus quadros e com o crescimento nas eleições municipais, por meio de conquistas de algumas prefeituras importantes, sente-se no direito de comandar o Estado por mais tempo. Nada de incomum, afinal todos os partidos querem ou pelo menos desejam permanecer no poder até quando for possível. Porém, para conseguir tal feito seria necessário também combinar com o povo: ele bota, ele tira.

Mas, finalizando o meu diálogo com o amigo petista, mantive a minha posição de que o PT quer o poder eterno e, se avaliar que a estratégia em curso funciona, haverá uma tentativa de concretizá-la, tudo indica, a partir do final de 2009. O que dá direito aos petistas sonharem com a boquinha eterna?