3 de março de 2009

PMDB, ontem e hoje


Artigo de autoria do Jornalista Jânio Pinheiro de Holanda

Pasmo, vejo o PMDB nos níveis (estadual e nacional) sendo cobiçado pelos prováveis candidatos a presidência da República e ao governo do Estado, respectivamente, Dilma Roussef (PT) e José Serra (PSDB); João Vicente Claudino (PTB), Wilson Martins (PSB), Sílvio Mendes (PSDB), e mais Antonio Neto (PT). Como observador que acompanha o noticiário político diariamente, tenho minha opinião formada sobre o assunto, por isso devo dizer que me enganei ao pensar que agora seria a vez do PMDB chegar ao poder na esfera nacional, assim como retornar a comandar novamente o Piauí.

Todos nós mortais temos certas simpatias por alguma coisa, que tanto pode ser por uma pessoa, um objeto, um clube de futebol ou um partido político, entre outras opções. Quem acompanhou a trajetória inicial do PMDB (antigo MDB), então composto por figuras ilustres como Ulisses Guimarães, Franco Montoro, dentre dezenas de baluartes, sabe da luta destas personalidades por uma causa ideológica justa. A vitória do partido conquistada na luta pelas “Diretas Já”, que culminou com eleição de Tancredo Neves para a presidência do Brasil foi um marco na história política do país.

Porém, por causa de uma circunstância fatídica, Tancredo veio a falecer quando mal houvera tomado posse, sendo substituído pelo vice José Sarney. Este lembrete é válido para ressaltar que foi daí para cá que o partido perdeu a sua verdadeira identidade. Dos baluartes, poucos permaneceram na agremiação e um deles foi o destemido Ulisses Guimarães, que foi logo abandonado por seus pares após candidatar-se ao cargo de presidente da República. Derrotado, viu os colegas buscarem abrigo ao lado do poder.

Mesmo sem conseguir chegar ao Planalto pelo voto popular, o partido manteve-se na liderança do ranking entre os demais, através do grande número de prefeitos, deputados e vereadores eleitos. No entanto, isso vem servindo apenas de “bengala” para dar sustentação aos governos que se alternam no país. Prova disso, foi à vitória para a presidência do Senado e da Câmara. O fato chamou a atenção dos outros partidos, agora PMDB está ainda mais poderoso para barganhar ainda mais os cargos oferecidos pelo governo federal.

Recentemente, a revista Veja mostrou para o Brasil inteiro a divisão do partido nos estados da federação. Como resultado havia um empate técnico entre aqueles que estavam com a provável candidata do PT Dilma, e o tucano José Serra. A reportagem surtiu efeito e o primeiro a se manifestar sobre o assunto foi o senador Jarbas Vasconcelos (um dos poucos expoentes da seriedade na política brasileira). Ele meteu a boca no trombone e, sem papa na língua, colocou para todo o país ver, ler e ouvir como funciona o PMDB de hoje. Segundo ele, fisiologista e vendido.

Para os simpatizantes do partido aquilo que foi dito pelo senador pernambucano e confirmado por Pedro Simon (também um ícone que ainda permanece no partido) foi mais um ponto negativo. Portanto, para provar que ainda está vivo o PMDB, através de lideranças que ainda contam com o respaldo popular, precisa deixar essa história de rebocar partidos menores; de está sempre dividido e em cima do muro. É pensar em dar as cartas e não recebê-las, como quer o deputado Alberto Silva pedindo a vaga de vice-governador para o PMDB nas próximas eleições no Piauí.