3 de julho de 2009

Ministro irrita Mão Santa em audiência para discutir Porto de Luís Correia

A pedido do senador Heráclito Fortes (DEM-PI), endossado pelos senadores Mão Santa (PMDB-PI) e Jayme Campos (DEM-MT), a Comissão de Infra Estrutura do Senado Federal, que tem à frente o senador Fernando Collor (PTB-AL), realizou audiência pública para discutir a situação do porto de Luís Correia, alvo de várias liberações de aportes financeiros que não saem do papel para ser de fato empregados na obra.

Foram convidados o ministro da Secretaria Especial de Portos da Presidência da República, Pedro Brito do Nascimento e o ex-presidente da Comissão de Serviços de Infra-Estrutura do Senado, especialista em portos e vias navegáveis, Elói Portela.

Facultada a palavra ao ministro, Brito tirou o senador peemedebista do sério, ao dizer que a construção do porto tem só trinta anos de duração e que o litoral do Piauí tem ao todo 59 quilômetros. “Pode parar. Não tem como continuar. Eu pensei que iríamos discutir a construção do Porto de Parnaíba com gente preparada, não com um desinformado. Não dá Collor. Não tem como. Como é que nós nos preparamos para discutir uma obra importante para o Piauí e mandam para cá, um desinformado desses”, disse, demonstrando total irritação. Justificou que desde quando chegou ao Congresso, encampou como bandeira a ressurreição do porto.

Para contestá-lo, Mão Santa apresentou ao ministro o livro “O Rio São Francisco - e alguns pequenos portos marítimos no norte do Brasil”, evidenciando que a preocupação com a obra do Porto de Luís Correia data ainda de 1919, através do engenheiro-autor Souza Bandeira, enviado dentro tantos outros lugares, ao litoral do Piauí, pelo então presidente Epitácio Pessoa para promover a construção do Porto. Lembrou ainda que o litoral do Piauí tem 66 quilômetros.

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A indignação do senador Mão Santa foi tamanha, que Fernando Collor (na foto) teve que levantar-se da cadeira de presidente e acalmar o senador piauiense, dizendo que entendia sua indignação, mas que deixasse o ministro continuar sua explanação, mesmo de errada.

“A minha indignação é justificável porque esse porto não sai do papel, e ainda mandam alguém que não entende do Porto, não entende do Piauí, do que o Piauí precisa”, complementou Mão Santa, informando que uma das diversas emendas que enviou à obra, há uma no valor de R$ 17.895.200,00 – emenda de bancada –, que perdeu-se porque o governo do estado prometeu, mas não conseguiu o empenho.

O senador chegou a sugerir que a construção de um terminal petrolífero, um porto pesqueiro e um terminal de carga mista.