Agricultores de Pedro II, Milton Brandão, Piracuruca e São José do Divino, municípios beneficiados pelo Programa Uma Terra e Duas Águas (P1+2), visitaram famílias agricultores do município de Ouricuri em Pernambuco para trocarem experiências de convivência com o semiárido.
A visita de Intercâmbio foi acompanhada por um dos coordenadores do Caatinga, Burguivol Alves de Sousa e pelo técnico agrônomo Antônio Xavier. O Caatinga é uma organização não governamental que também integra a Articulação no Semi-Árido Brasileiro (AsaBrasil) e desenvolve trabalhos com famílias da região do sertão do Araripe no estado de Pernambuco.
Os agricultores piauienses visitaram o assentamento Agrovila Nova Esperança e conheceram as experiências agroecológicas da família de Adão Jesus Oliveira. O agricultor, que foi beneficiado com a tecnologia cisterna-calçadão, desenvolve em sua área o sistema de Agrofloresta como técnica alternativa de uso da terra. Neste sistema a mata nativa é preservada, mas na área também são plantados outros tipos de culturas.
De acordo com Adão todo plantio é feito sem uso de agrotóxico e sem queimadas, a comunidade também trabalha com plantação consorciada entre as culturas de algodão, milho, feijão, melancia, macaxeira e palma. Adão Jesus conta ainda que um grupo de 77 agricultores comercializam o algodão agroecológico para duas empresas francesas, “lá fora as empresas pagam melhor por produtos produzidos a base do respeito a natureza, as empresas locais ainda na têm essa consciência”, comenta o agricultor.
Na comunidade Agrovila Boa Esperança o grupo conheceu ainda a unidade de beneficiamento do mel, Associações de Apicultores de Ouricuri- AAPIO, projeto financiado por organizações da União Européia.
O grupo também visitou o Sítio Maniçoba de Dona Maria Ribeiro e Seu Odílio e lá conheceram a barragem subterrânea feita com a técnica de barramento do fluxo de água que corre abaixo da superfície. No Sítio Lagoa do Pau Ferro, outra comunidade visitada, conheceram o barreiro lonado, a água acumulada nestas tecnologias são usadas pelas famílias para o plantio.
Uma das experiências marcante para os agricultores foi a visita feita à Escola Municipal São Luis, na comunidade Lagoa do Pau Ferro. As crianças desta escola, que são ensinadas dentro do conceito agroecológico, deram uma lição em ecologia. De acordo com Samara dos Santos Santana, de 8 anos, uma preocupação que todos deveriam ter, “a gente tem que preservar o meio ambiente, porque no futuro as pessoas podem sofrer muito, porque a natureza na vai ter o que tem hoje se a gente não cuidar dela”, diz Samara.
José Aparecido conta que um grupo de 20 professores passaram por uma capacitação realizada pelo Caatinga e trabalham nas comunidades rurais da região com a Agroecologia sendo a base do ensino em sala de aula.
Ele explica que a idéia de trabalhar a agroecologia com as crianças surgiu da dificuldade de disseminar nos mais velhos o conceito agroecológico de não queimar, não usar agrotóxico, adubos químicos, culturas que já foram ensinadas pelos pais deles e pelos pais dos pais deles, “Formando nossas crianças, elas podem não ter o poder de decisão agora, mas quem sabe aos poucos não poderão influenciar os pais, e futuramente essas crianças serão cidadãos conscientes da importância de trabalhar a agricultura respeitando o meio ambiente”, afirma.
Para Maria José Medeiros, da comunidade Marinheiro, em São José do Divino no Piauí, a oportunidade de conhecer e trocar experiências é algo muito importante “a organização, o cooperativismo, a preocupação não só com suas propriedades, mas com a comunidade como um todo são exemplos que precisamos tomar para colocarmos em prática nas nossas comunidades”, diz a agricultora.
Por Paula Andréa
Fotos: Paula Andréa
A visita de Intercâmbio foi acompanhada por um dos coordenadores do Caatinga, Burguivol Alves de Sousa e pelo técnico agrônomo Antônio Xavier. O Caatinga é uma organização não governamental que também integra a Articulação no Semi-Árido Brasileiro (AsaBrasil) e desenvolve trabalhos com famílias da região do sertão do Araripe no estado de Pernambuco.
Os agricultores piauienses visitaram o assentamento Agrovila Nova Esperança e conheceram as experiências agroecológicas da família de Adão Jesus Oliveira. O agricultor, que foi beneficiado com a tecnologia cisterna-calçadão, desenvolve em sua área o sistema de Agrofloresta como técnica alternativa de uso da terra. Neste sistema a mata nativa é preservada, mas na área também são plantados outros tipos de culturas.
De acordo com Adão todo plantio é feito sem uso de agrotóxico e sem queimadas, a comunidade também trabalha com plantação consorciada entre as culturas de algodão, milho, feijão, melancia, macaxeira e palma. Adão Jesus conta ainda que um grupo de 77 agricultores comercializam o algodão agroecológico para duas empresas francesas, “lá fora as empresas pagam melhor por produtos produzidos a base do respeito a natureza, as empresas locais ainda na têm essa consciência”, comenta o agricultor.
Na comunidade Agrovila Boa Esperança o grupo conheceu ainda a unidade de beneficiamento do mel, Associações de Apicultores de Ouricuri- AAPIO, projeto financiado por organizações da União Européia.
O grupo também visitou o Sítio Maniçoba de Dona Maria Ribeiro e Seu Odílio e lá conheceram a barragem subterrânea feita com a técnica de barramento do fluxo de água que corre abaixo da superfície. No Sítio Lagoa do Pau Ferro, outra comunidade visitada, conheceram o barreiro lonado, a água acumulada nestas tecnologias são usadas pelas famílias para o plantio.
Uma das experiências marcante para os agricultores foi a visita feita à Escola Municipal São Luis, na comunidade Lagoa do Pau Ferro. As crianças desta escola, que são ensinadas dentro do conceito agroecológico, deram uma lição em ecologia. De acordo com Samara dos Santos Santana, de 8 anos, uma preocupação que todos deveriam ter, “a gente tem que preservar o meio ambiente, porque no futuro as pessoas podem sofrer muito, porque a natureza na vai ter o que tem hoje se a gente não cuidar dela”, diz Samara.
José Aparecido conta que um grupo de 20 professores passaram por uma capacitação realizada pelo Caatinga e trabalham nas comunidades rurais da região com a Agroecologia sendo a base do ensino em sala de aula.
Ele explica que a idéia de trabalhar a agroecologia com as crianças surgiu da dificuldade de disseminar nos mais velhos o conceito agroecológico de não queimar, não usar agrotóxico, adubos químicos, culturas que já foram ensinadas pelos pais deles e pelos pais dos pais deles, “Formando nossas crianças, elas podem não ter o poder de decisão agora, mas quem sabe aos poucos não poderão influenciar os pais, e futuramente essas crianças serão cidadãos conscientes da importância de trabalhar a agricultura respeitando o meio ambiente”, afirma.
Para Maria José Medeiros, da comunidade Marinheiro, em São José do Divino no Piauí, a oportunidade de conhecer e trocar experiências é algo muito importante “a organização, o cooperativismo, a preocupação não só com suas propriedades, mas com a comunidade como um todo são exemplos que precisamos tomar para colocarmos em prática nas nossas comunidades”, diz a agricultora.
Por Paula Andréa
Fotos: Paula Andréa