O parlamentar mostrou estatísticas que desmentem o mito da democracia racial brasileira, mostrando que o País dá mais oportunidade aos brancos. "Os efeitos da discriminação estão estampados nas páginas de diversos jornais desse 20 de novembro, que divulgam estudos revelando, por exemplo, que o rendimento médio da população negra ocupada é 44% menor que o dos não-negros", disse.
Segundo Nazareno, não é apenas nos indicadores de renda que a discriminação é retratada. Outra pesquisa citada por ele, também publicada nesta terça, mostra que o padrão de mortalidade também reflete a desigualdade racial no Brasil. De acordo com estudo feito por pesquisadores da Universidade Federal do Rio de Janeiro, as principais causas de mortalidade de homens negros são externas, como homicídios, enquanto que os brancos morrem mais por doenças.
O deputado cobrou união de esforços entre os governos, o parlamento e a sociedade para aprovar o projeto ou Estatuto da Igualdade Racial, que prevê a implantação de ações afirmativas, reparatórias e compensatórias para a comunidade negra, com vistas a estabelecer mecanismos de combate ao racismo no Brasil e reduzir as desigualdades entre os brasileiros.
Francisca Trindade Nazareno finalizou seu pronunciamento homenageando a raça negra ao lembrar da amiga, a deputada petista, falecida em 2003, Francisca Trindade: "Somo-me a todos os que se irmanam para celebrar esta data e aproveito para lembrar, aqui, a memória de uma grande companheira, a ex-deputada piauiense Francisca Trindade, autêntica descendente de Zumbi dos Palmares. Que este 20 de Novembro renove nossas energias para continuarmos lutando pela superação desta situação, que nos envergonha", concluiu.