Por Mario Pires Santanamariophb@yahoo.com.br
O nosso litoral é mais uma vez motivo de comentários desairosos por ocasião das festividades de comemoração do ano novo de 2010. Tudo bem, todos sabemos que a nossa região --- por vários motivos --- ainda não tem a estrutura necessária para receber a quantidade grande de gente que para cá se deslocou de forma ávida e desordenada. Daí fazer comentários tentando inviabilizar o litoral como o principal destino turístico do Piauí é por demais lamentável. Parece até que torcem contra o desenvolvimento “inevitável” da abençoada região litorânea.
Ainda em janeiro de 2007 escrevi e publiquei uma crônica, que tinha como título “Vamos Destravar o Litoral, Governador”. Naquela ocasião chamava atenção, pedindo ao governador que olhasse para o nosso litoral, de uma forma diferente do que sempre aconteceu ao longo do tempo, ou seja, sempre colocado em um plano secundário, e como uma simples colônia de férias para os neo-ricos de Teresina.
Na verdade, de 2007 para cá, muito pouco do prometido vem sendo feito para que as coisas mudem de vez na nossa região.
Com a criação da “Secretaria Estadual do Turismo” entregue ao empresário Silvio Leite, imaginei que um novo rumo seria dado ao nosso litoral. Ledo engano. Em vez de sensibilizar o governador, a priorizar a consolidação em definitivo, do turismo no litoral, descambou para equivocadas decisões políticas, que visam levar o turismo, ao mesmo tempo, para vários pontos do estado, inclusive a capital. Esse é um erro crasso, levando-se em conta os limitados recursos disponíveis para o Piauí.
Depois que sejam implantadas as condições estruturais necessárias para o desenvolvimento do turismo no litoral, aí sim, vamos disseminá-lo nas outras regiões. Assim aconteceu com o nosso vizinho Ceará, que primeiro priorizou o seu litoral, e depois partiu as belas serras.
Já perdemos muito tempo, com discursos, promessas e poucas ações concretas. Para começar há que haver imediatamente um plano de ação no sentido de trazer energia de qualidade para o litoral. A energia chega com fartura até Piripiri, porém de lá para cá é um verdadeiro caos. Isso mostra claramente o desinteresse pelo litoral. Sem energia de qualidade não se faz nada, e ainda afugenta os possíveis investidores.
De imediato, algumas ações seriam importantes, para incentivar a realização de eventos no litoral, fora da alta estação. Como se justifica a realização do Vôlei de Praia em Teresina? Por que não tentar com o Banco do Brasil um “Centro Cultural” para a cidade, que conta com a primeira agência daquela instituição implantada no Piauí? O “Centro Cultural do BNB” que viria para Parnaíba vai para Teresina, que já possui vários equipamentos culturais. Por que não, negociações para um “Shopping Center” em Parnaíba? Por que não entendimentos para instalação de um grande “Super Mercado”? Boas perguntas, certamente não muito difíceis respostas.
Resta-nos agora a esperança de que os nossos governantes saiam do discurso repetido e partam para a prática, executando as medidas cabíveis e necessárias, que visem equipar o litoral com a infra-estrutura qualificada, lapidando essa belíssima jóia que a natureza nos deu, para atrair os investimentos da “iniciativa privada”, tornando-se assim competitivo com o restante da região, e não sirva mais de chacota por parte da imprensa da capital.
