30 de março de 2010

Wellington: enfim só

A decisão de permanecer no cargo por todo o mandato, tomada recentemente por Wellington Dias teve como cunho principal, segundo ele próprio, unir a base aliada. Grande equívoco. Afinal, depois do anúncio, o governador tem sido mais pressionado do que antes pelas lideranças partidárias das agremiações que mantêm seus pré-candidatos lançados, inclusive o PT, partido do governador. A intenção de Wellington era, e ainda é, lançar apenas um nome que venha convergir com os partidos e também tenha chances de vitória sobre o candidato da oposição, Sílvio Mendes, que desponta atualmente como favorito.

Acontece que a decisão do governador Wellington Dias fez foi piorar a situação, pois nenhnum dos pré-candidatos arredou o pé de suas candidaturas e cada um sonha com a indicação. As informações atuais dão conta de que o governador quer emplacar novamente o nome do ex-secretário de fazenda, Antônio Neto. No entanto, ele sofre resistência até dentro o PT, que sempre marcha dividido por causa das diversas correntes ideológicos existentes no do partido. Parece-me, ou poderá ser uma tática, que o único que não está dando trabalho para o governador seria o senador João Vicente Claudino.

Porém, o governador sabe que irá precisar do senador muito mais do que se espera. Dentro de pouquíssimos dias o senador tem o comando da prefeitura da capital e isso pode influenciar na indicação do senador ao governo do estado. É público e notório a intenção de Wellington Dias comandar a prefeitura de Teresina, para isso ele precisaria por demais da coligação com o partido do senador, o PTB. Aí já quem estaria dando as cartas seria o senador João Vicente Claudino e não o então ex-governador Wellington Dias.

Esse fato tem sido observado pelos outros pré-candidatos: Wilson Martins, Marcelo Castro e o próprio e próprio pré-candidato do PT, Antônio José Medeiros. Por isso, eles ainda não retiraram as suas pré-candidaturas. Todos sabem que a chance de um deles galgar o comando do Karnak é agora, se deixarem o cavalo passar selado e não montarem tão cedo outro cavalo não passará. Afinal, diz, um provérbio, que um raio nunca cai no mesmo lugar.

Portanto, a decisão de Wellington, que ainda pode ser modificada, está lhe dando mais dor de cabeça do quando anteriormente estava empurrando com a barriga o lançamento de um nome da base aliada. Enquanto isso a oposição se fortalece por causa desse embaraço e já está pronta para o embate. O candidato Sílvio Mendes, esta semana anuncia o lançamento oficial de sua candidatura ao governo estadual.

Por isso, a demora de Wellington Dias se manifestar sobre o lançamento de seu candidato poderá deixá-lo sozinho, afinal os seus aliados têm que entregar os cargos que mantêm dentro do governo em breve. Depois disso, vão achar que não dependem mais do governador e todas as benesses que adquiriram durante os oito anos de governo de Wellington ficarão esquecidas. Coisas da política!.

Jânio Holanda - Jornalista