A desistência de Wellington Dias em concorrer ao cargo de senador da República permanecendo no cargo de governador pode ter sido uma jogada de mestre, mas também um grande equívoco. O governador demonstrou a todos que, apesar, de está com um pé dentro do senado, manteve a coerência com as forças partidárias que ajudaram a lhe eleger ao cargo de chefe do Estado por duas vezes consecutivas.
O gesto foi bonito, porém, se sensato ou não, quem vai dizer são as decisões que alguns partidos aliados tomarão nas suas convenções de junho, quando serão homologadas as candidaturas aos diversos cargos para as eleições vindouras. A justificativa do governador Wellington Dias em permanecer no governo até o fim teve por objetivo principal “apartar” as brigas dos pré-candidatos da base aliada a sua sucessão.
Todos sabem que tanto o vice-governador Wilson Martins, como o senador João Vicente, e o próprio secretário Antônio José Medeiros, que pertence à mesma agremiação do governador não abdicariam facilmente das candidaturas. Por siso, o governador então tomou essa decisão que, talvez, poucos políticos brasileiros na situação estável que se encontra e de bem com a população, como comprovam as pesquisas de opinião, teriam o mesmo gesto.
Como em política acontece de tudo o que menos se espera, e os exemplos estão aí para comprovarem, o ato também pode custar caro ao governador. Assim como em futebol, onde cada jogo tem a sua história, em eleição também. Os reversos estão presentes no nosso dia a dia. Se ganha hoje e perde-se amanhã. Para esta eleição que se aproxima, a oposição está mais forte e mais organizada. Ela conta com um candidato fortíssimo, que é o prefeito de Teresina, Sílvio Mendes. A aceitação popular do prefeito é visível e isso pode causar estragos na base aliada.
Conforme analisam os comentaristas políticos, assim que for lançada a candidatura oficial do candidato da base aliada, surgirão os descontentes e a debandada para o lado da oposição será imensa. Os mesmos entendidos afirmam que atitude do governador foi tomada após as declarações do deputado Nazareno Fontelles, quando disse que não votaria no pré-candidato João Vicente Claudino. De viva voz, na telinha da TV, essas declarações instigaram os petistas e eles também colocaram os pés na parede e endossaram a fala do deputado.
Resta saber agora, se a atitude de Wellington agradou ao próprio senador João Vicente Claudino, que desde quando assumiu a cadeira no senado vem trabalhando a sua candidatura ao governo do Estado. Aí fica a pergunta: Será que o senador, mesmo liderando as pesquisas, tomaria a mesma decisão de Wellington Dias? E mais: Deixaria o deputado Nazareno se vangloriando?
Jânio Holanda - Jornalista