Depoimento de pai de uma aluna do curso de técnico em enfermagem do Centro Estadual de Educação Profissional – CEEP – sobre as condições do curso.
Sou pai de uma aluna do curso de Técnico em Enfermagem e tenho algumas considerações sobre esse curso do CEEP “Centro Estadual de Educação Profissional” sediado nessa cidade. Sempre estudei em colégios públicos e tenho um curso superior, sempre estudando assim. E como meus filhos também quero que estudem em instituições públicas pois é lei, direito meu e dever do Estado.
Há algum tempo estou a observar certas atitudes tanto dos professores, da coordenação e da direção em relação aos alunos do curso técnico, que num colégio que forma profissionais, são aberrações a falta de ética, irresponsabilidade, desapego ao ensino, desrespeito ao aluno carente (pois quem tem dinheiro paga esses colégios particulares que tem aqui em Parnaíba) e principalmente o deboche que são tratados os alunos de alguns cursos,principalmente o de técnico em enfermagem, vamos para os fatos, que se tiver uma apuração verão quee é tudo verdade.
Em relação à direção:
- Foi feito uma eleição para diretora e meses depois essa diretora foi afastada e nunca foi dado uma explicação sobre esse afastamento para o corpo discente do CEEP.
-A nova diretora nunca foi apresentada para os alunos, até hoje tem pessoas que não sabem quem é a gestora do colégio.
-E depois de assumir a nova diretora, a única coisa de concreto que ela fez foi mudar a farda por outra quase igual. Então por que essa mudança? Quais os critérios que foram usados para essa mudança? Os alunos foram ouvidos? Será que a gestora acha que estamos nadando em dinheiro? E a resposta eu mesmo faço: essa mudança não melhorou nada o CEEP.
-Falta pedagogia para a essa nova direção.
Sobre algumas coordenações:
-O desapego de alguns coordenadores, falta de interesse pelo ensino, falta de qualificação. Fazem de coordenador qualquer pessoa.
-Alguns coordenadores quase não vão para o CEEP; alguns por terem vários empregos, outros por moleza da direção, outros querem que os alunos se “lixem”, pois estão recebendo seu salário e não olham para o principal que são alunos.
- E dou exemplo cabal, o curso de turismo até hoje não fez estágio. O profesô (sic) nunca resolveu nada, os alunos estão a ver navios, está certo?
- Pior é que para falar com esses coordenadores é quase impossível, pois não sabemos onde estão. O certo seria está no CEEP, mas são mágicos, pois vivem sumindo.
- O novo curso técnico em saúde bucal até outro dia não tinha professores. Dizem que é burocracia do Estado. Acho que a coisa pública tem que ser exemplo de educação. Cadê a coordenadora desse curso?
- Poderíamos mudar o nome de CEEP para PROJAC da Globo pois está sendo feita uma novela lá dentro, com nome “Cadê meu estágio?”.
- Vejo minha filha cada dia mais triste e angustiada, pois já deveria estar fazendo seu importante estágio e só recebe conversa fiada, embromação, desculpas sem nexo, de gente mal formada,incompetente que só olha para seu salário, o resto que se dane. Ela não quer sorrisos, nem que passe a mão na sua cabeça e sim estágio que poderia dar mais técnica para esse curso importante.
- Não obstante, algumas aulas serem dadas em precárias instalações, sem pias, sem o básico para esse tipo de curso,com refrigeração péssima onde o aluno não pode nem pensar direito pois o calor não deixa, falta aparelhos para alguns procedimentos especiais,quem não tem dinheiro para comprar alguns aparelhos ficam sem fazer. Cadê o Estado? Cadê a direção? Cadê o coordenador? Onde vamos parar?
Esse bendito estágio já era para ter começado no ano passado, mas levaram com a barriga. Acho que eles pensam que por ser público, os alunos tem que aceitar o desmandos e a incompetência de quem de direito.
Fico triste pois achei que minha filha sairia do CEEP como uma profissional completa, alegre pois ajudaria os mais necessitados, e com um ótimo futuro. Penso que sairá frustada, conceitos errados de gente que só pensa no seu umbigo, governos mesquinhos e mal gerenciados, em todas as esferas de administração estadual e principalmente enganada em seu conceito de cidadã.
Agora o cúmulo de absurdos que os alunos do CEEP tem que aguentar:
-Para ser professor de curso dessa natureza tem que ser um profissional qualificado e além de tudo está a par das novas técnicas de ensino; tem que saber a nova LDB, pois só o diploma de graduação não significa que esse profissional está habilitado para exercer o comando de uma sala a nível médio. O que está se passando numas salas é que existe mau preparo docente, a falta de senso comum, professores mal educados, com vários transtornos de humor despejando sua ira numa aula sem sentido, onde tem ameaças psicológicas, terrorismo didático, falta de respeito para com os alunos, numa gritante e nojenta forma de controlar o comando de classe onde a opinião de discente não vale nada. Já foi o tempo que professor era o dono da razão, mas alguns professorezinhos se acham acima do bem e do mal.
Minha filha não é boneco, nem robô mas fica quieta ante algumas atitudes de professor pois tem medo de ser prejudicada por esses elementos perniciosos da educação, pois ela já viu algumas discussões dentro da sala de aula, onde o professorzinho se nivelou para uma discussão de comadres intimidando alguns a alunos que agora estão com medo de ser prejudicados por isso. A única lei é a mordaça. Esses professores que falam tanto em ética, não tem ética para nada, só da boca para fora. Minha filha já pensou em desistir do curso. Eu fico pensando onde vamos parar. Faço esse desabafo para que toda a sociedade parnaibana saiba o que está acontecendo com alunos do curso de técnico em enfermagem. Pior é que não sei onde passo apelar, acho que só posso apelar para Deus. E assim minha filha continua nesse curso, mas não sei até quando.