18 de abril de 2010

Sucessão estadual sem emoção

Uma eleição esquisita e estudada. É o que podemos definir o quadro sucessório estadual do momento. Quem vem acompanhando o desenrolar da questão desde o ano passado, quando sugiram as quatro pré-candidaturas da base aliada, percebe que o fato era muito mais propalado pela imprensa falada e escrita do que hoje. Até parece que os protagonistas das notícias eram as próprias lideranças petistas, desde o então governador Wellington Dias até ao militante menos expressivo.

Nos programas de telejornais de audiências do meio dia o telespectador diariamente se deparava com discussões acirradas envolvendo os próprios pré-candidatos ou os seus séquitos. Quando um defendia ou acusava a outra parte a resposta era imediata, através de telefonemas dos entes envolvidos, que logo agendavam suas participações no outro dia, para de viva voz responder o opositor. Enfim, era um lenga que parecia não ter fim.

Agora, posta as prováveis candidaturas oficiais dos principais partidos, e com o PT fora da disputa, as coisas estão ocorrendo mansamente. Parece que o mar está calmo para todos. Podem prestar a atenção nos candidatos Sílvio Mendes, João Vicente Claudino e Wilson Martins quando eles estão sendo entrevistados nos referidos programas. Todos utilizam a elegância como sua principal arma. Sem ataques, sem respostas para um eventual comentário da imprensa ou mesmo de algum simpatizante ou até de representantes dos partidos que estão em embate. Tudo às mil maravilhas.

É incrível como as coisas mudam na política. Antes, quando não existia o tal segundo turno, o pau quebrava desde o lançamento das candidaturas até o resultado final das eleições. Parece-me que os três candidatos em disputa estão com medo um do outro, ou então estão armando o alçapão para pegar o terceiro colocado num provável segundo turno. Talvez, por isso, que o mar não está revolto. Mas, de certo, é que a coisa esfriou. Pelo menos até o momento!

Alguns analistas podem até raciocinar de maneira diferente, achando que o calor das discussões vai aumentar a partir das homologações das candidaturas, no mês de junho. Tem lógica, entretanto, se for feito um comparativo da questão quando do PT ainda pleiteava a disputa, percebemos claramente que os imbróglios e as questiúnculas que surgiam diariamente acabaram. Portanto, não há como fugir da idéia que o Partido dos Trabalhadores era quem estava embolando o meio campo do time dos aliados para a sucessão estadual.

Jânio Holanda – Jornalista