8 de maio de 2010

PMDB, o eterno vice

Certa feita, o blogueiro Josué Nogueira, do Diário de Pernambuco, num de seus comentários, classificou o PMDB como um partido que hoje se contenta apenas com o cargo de vice. Vejam a frase do referido jornalista: “Com a vice e o eterno assento na cozinha do Planalto, O PMDB assumiu pose de protagonista, mas na realidade apresentou-se, como sempre, em busca do papel de coadjuvante de luxo”.

Na verdade, a expressão do escriba refere-se apenas a posição do partido no âmbito federal. Mas, na realidade, este fato tem ocorrido constantemente em vários estados da federação. No Piauí, por exemplo, desde o então governo do senador Mão Santa, ainda na década de 90 que o partido serve apenas de encosto para ajudar outras agremiações partidárias estaduais como o PT e o hoje o PSB.

Indeciso, mesmo ocupando cargos no governo do PSB, que tem como candidato o atual governador Wilson Martins, o PMDB ainda permanece em compasso de espera para definir os rumos que tomará nas próximas eleições. De certo, e todos sabemos, é que o partido não terá candidatura própria. Assim como iniciei este artigo, suas lideranças desejam apenas o cargo de vice-governador, porém, não definiu ainda para qual lado penderá.

Cortejado pelos três principais candidatos: Silvio Mendes (PSDB), João Vicente Claudino (PTB) e o governador Wilson Martins (PSB), essas lideranças fazem jogo de cintura para agradar a todos até que tomem uma posição definitiva. No entanto, as circunstâncias mostram que qualquer posição tomada pela executiva do partido os seus membros com assentos nos poderes legislativo estadual e municipal não marcharão unidos.

Na pré-campanha dos candidatos citados quando os mesmos participam ou promovem eventos não faltam a presença de deputados e outras lideranças do PMDB. Dividido, o partido permaneceu no governo de Wellington Dias e continuará no futuro que administrará o Piauí a partir de 2011. Essa indecisão dos peemedebistas, dizem os analistas políticos locais, se dá por causa das pesquisas de opinião eleitoral que apontam o candidato da oposição Sílvio Mendes como o preferido da população.

No governo, mas sem querer abdicar dos cargos, o partido usa a tática do adiamento da decisão sempre colocando em primeira mão o tempo como o senhor da razão. Por isso, o pulo do gato a ser dado pela cúpula do PMDB ainda vai demorar um pouquinho. Assim os pré-candidatos continuam oferecendo a eterna vice ao partido.

Jânio Holanda - Jornalista