Especulações à parte, mas o que está acontecendo de cooptação de lideranças política neste período pré-eleitoral não está escrito. Sobre o assunto, a imprensa noticia citando os seguintes termos: adesões, entendimentos e composição, referindo-se aos apoios de políticos e partidos aos pré-candidatos mais “robustos” – como diz o deputado Roberth Rios. Até aí não tem ainda como a Justiça Eleitoral punir os useiros dessa prática, pois para tal fato acontecer tem que haver provas cabíveis e cabais.
De certo é que todo ano em que antecede o pleito, o Congresso e o próprio Tribunal Eleitoral ensaiam a elaboração de leis visando à lisura das eleições. No entanto, e quando votadas, essas regras vão se ajustando de acordo com a conveniência dos “nossos representantes”. Senão vejamos: desde o último período eleitoral que elegeu prefeitos e vereadores que o tal projeto “Ficha Limpa” vem sendo discutido para pegar os infratores candidatos processados.
Muito se alardeou que agora a legislação eleitoral brasileira estava no caminho certo. Sabem o que aconteceu? Nada. Passaram-se as eleições, os eleitos foram diplomados e aqueles com processos na barra da justiça - se vigorasse o projeto “Ficha Limpa” - jamais teriam assumidos. Pois bem, para este pleito, os próprios legisladores refizeram o tal projeto para estar novamente em vigor nestas eleições. No enquanto, uma pequena expressão de um artigo os livrou o “Ficha Suja” de qualquer punição. Com a nova regera somente serão punidos aqueles que tiverem problemas com a justiça daqui pra frente. Jeitinho Brasileiro!
O que vem acontecendo no Piauí antes das convenções partidárias já daria um prato cheio para punir a maioria dos pretensos candidatos nestas eleições. Os absurdos estão acontecendo tanto por parte de pré-candidatos majoritários como proporcionais. São infidelidades partidárias, adesões às custas de benesses, enfim, uma série de irregularidades que juntas dariam dezenas de volumes em processos. Imaginem quando for dada a largada oficial para a corrida eleitoral.
Por enquanto o que vemos e ouvimos é apenas um ensaio do que vai acontecer após as convenções. Apesar de o eleitor está mais esclarecido sobre a escolha de seus representantes, ainda existem fatores que modificam a vontade do povo. Um deles é o poderio econômico financeiro que influi na decisão dos mais carentes. A maioria destes incautos eleitores vive abaixo da linha da pobreza: sem emprego, sem comida todos os dias, sem acesso à saúde e a educação.
Daí quando chega o período eleitoral garantem pelo menos, por poucos dias, o sustento da família e a promessa de melhores dias patrocinada por candidatos poderosos. Portanto, para isso ser modificado precisa que os candidatos disputem o pleito de igual para igual. Como ainda é impossível isso acontecer em nosso país, o que nos resta é a esperança na Justiça Eleitoral, que tem as prerrogativas para coibir esses fatores.
Jânio Holanda - Jornalista