10 de junho de 2010

A magia que envolve a Copa do Mundo e a Taça Jules Rimet

No período compreendido entre 11 de junho e 12 de julho próximo, acontecerá, em sua décima nona edição, a primeira Copa do Mundo de Futebol, em continente africano, mais precisamente na África do Sul, a Pátria do mito, Mandela. Pra lá estarão direcionados todos os holofotes do Planeta. Serão bilhões de telespectadores, milhares de jornalistas, radialistas e cinegrafistas, para cobrir o evento esportivo, que é considerado “O Maior Espetáculo da Terra”. Valendo ressaltar que, todo esse clima festivo acontecerá, paradoxalmente, num pais que até 1990 era mais conhecido, pela pratica odienta e abjeta da segregação racial produzida pelo apartheid.

Trinta e duas seleções representando os cinco continentes, e cada uma com um só pensamento, sagrar-se campeão mundial. Entretanto, a galeria dos sempre favoritos é formada por um seleto grupo: Brasil, Argentina, Alemanha, Itália, Espanha, Inglaterra, França e Uruguai, que, com exceção da Espanha, abocanharam todos os títulos da competição, no período de 1930 até 2006. Isso não quer dizer que, seleções de alto nível como: Holanda, Dinamarca, Portugal, México, Nigéria e Costa do Marfim, não possam sonhar. Sim porque, no clima mágico de uma Copa do Mundo, tudo pode acontecer, inclusive uma seleção considerada favorita, fracassar inexplicavelmente na hora da decisão. Assim aconteceu com o Brasil em 1950, quando depois de uma insuspeita, performance foi derrotado na finalissima, pelo valente Uruguai, que nos aplicou um verdadeiro “Maracanazo” deixando mudos 200.000 torcedores no recém construído Maracanã; igualmente em 1998 quando a França liderada por Zinedine Zidane calou o mundo, que considerava o Brasil favorito, e levou o titulo. São inúmeros exemplos semelhantes como: a derrota da então fortíssima seleção da Hungria em 1954, que depois de encantar o mundo, com um envolvente futebol, foi derrotada na final pela Alemanha; a Seleção da Holanda em 1974, então chamada de “A Laranja Mecânica” e “Carrossel Holandês”, que assombrou o mundo com um futebol maravilhoso, também não resistiu ao futebol burocrático da Alemanha, sendo derrotada na final daquela Copa.

Todos estes reais exemplos nos mostram, a imprevisibilidade de uma Copa do Mundo, onde muitas vezes, quem decide um jogo é o “Imponderável Futebol Clube”.

A seleção brasileira é a única que participou de todas as 18 Copas realizadas. Todavia não teve a mesma eficiência por parte da Confederação Brasileira de Futebol --- CBF --- para preservar o nosso Troféu mais caro, a emblemática “Taça Jules Rimet”; uma relíquia criada em 1929 e que seria conquistada em definitivo pela seleção que primeiro ganhasse três campeonatos; feito briosamente conseguido pelo Brasil em 1958, 1962 e 1970.

Treze anos após, em 1983 foi inexplicavelmente roubada, quando estava sob a guarda da aludida CFF. Em seguida, os bandidos derreteram-na, visando os seus 3,8 kg de ouro maciço e prata, cujo valor estimado hoje, seria de 800 mil reais. Dinheiro esse insignificante, perante seu inestimável valor histórico, simbólico e afetivo. Não se tem noticia de que alguém tenha sido responsabilizado e punido por tamanha insanidade; fazendo a gente crer que, aquele presidente francês estava coberto de razão, quando afirmou que o Brasil não seria um pais sério.

Mas... e quem ganhará a Copa? Certamente aquele, a quem os “Deuses” do futebol permitam.

Mário Pires Santana - Técnico Químico
mariophb@yahoo.com.br