Minhas alvíssaras. No dia 11 de junho houve uma sessão solene na Câmara Municipal de Parnaíba, alusiva à data comemorativa dos 299 anos do inicio do primeiro povoamento de Parnaíba, que foi a “Vila Nova de Nossa Senhora de Monsserrate”. Antes do inicio da solenidade houve a bênção, da imagem na Ermida da Rua Duque de Caxias, pelo Padre Antônio, Pároco da Igreja Matriz de Nossa Senhora da Graça. Após, os convidados foram recebidos em frente à Câmara, pela Banda de Música Municipal. Ali compareceram alunos da rede pública, membros da sociedade, a imprensa, o Vice Prefeito Florentino Véras, a Secretária de Cultura Fátima Cármino, representando o prefeito José Hamilton, além da metade dos vereadores da casa. Após a abertura da sessão usaram da palavra: Reginaldo Júnior, presidente o Instituto Histórico; os pesquisadores: Diderot Mavignier e Vicente Potência. Em seguida falou Florentino.
Naquela ocasião foi entregue aos vereadores, um Projeto de Lei da Prefeitura, que visa o registro das três datas da história do município: o 14 de agosto de 1844, o 18 de agosto de 1762 e o 11 de junho de 1711.
Considero alvissareiro esse evento porque, há alguns anos esse assunto era totalmente desconhecido por parte dos historiadores do Piauí e de Parnaíba. Reverenciar o 11 de junho de 1711 é a maneira mais do que justa, de resgatar de vez a rica história da nossa invicta Parnaíba. A data da elevação da “Vila de São João da Parnahyba” à categoria de cidade é um fato a ser registrado, e só, mas a data do inicio do primeiro povoamento, essa sim é que é data mais importante a ser festejada, inclusive com Feriado Municipal.
Assim acontece com todas as cidades históricas do Brasil, incluindo as piauienses: Campo Maior, Castelo, Valença, Oeiras, Jerumenha e Parnaguá, que são vanguardistas nesse assunto. Entretanto tenho plena consciência de que esse é ainda um longo caminho a ser percorrido. Vale ressaltar que, em 11 de outubro de 2007 houve uma “Audiência Pública” na Câmara Municipal requerida pelo defensor público Marcos Siqueira, Diderot Mavignier, Regis Couto, Mário Pires e Fábio Mualem, com o objetivo levar esse assunto para a comunidade. Naquela ocasião compareceu representando o Prefeito, o então “Secretário de Cultura” Arlindo Leão. Alguns dias depois soubemos, que o prefeito iria constituir uma comissão de estudiosos e historiadores da cidade, com o intuito de esquadrinhar esse assunto e chegar a uma conclusão definitiva. Pelo que sei essa comissão nunca foi criada. Logo em seguida, como uma ducha de água fria, no início do ano de 2008 foi estampada a frase “Parnaíba 163 Anos” nos então recém adquiridos carros da “Guarda Municipal”.
O tempo urge, os históricos 300 anos se avizinham e o ideal seria, além do Projeto de Lei enviado à “Câmara”, que fosse criada a comissão, que após estudos baseados, em fartos documentos fariam um relatório ao Prefeito.
De uma coisa eu tenho certeza, a serem estabelecidas as três datas, já é um reconhecimento digno, porém assim sendo, o 11 de junho ficará sempre em plano secundário e certamente “permanecerá tudo como dantes no quartel de Abrantes”... e Parnaíba, na contramão da história!
Mário Pires Santana