A manhã de hoje (10/08) foi bem agitada no campus Alexandre Alves de Oliveira, UESPI em Parnaíba, sendo registrados até mesmo atos de violência. Alunos do curso de Licenciatura Plena em História fizerem uma manifestação contra o professor Dr. Valdinar Silva, reivindicando a saída dele do curso. Essa relação conflituosa entre o professor e acadêmicos de História começou no início do semestre letivo passado, quando o docente começou a ministrar aula para esses alunos que cursavam o V período.
Os estudantes reclamam que Valdinar os agrediu verbalmente várias vezes em sala de aula e a situação ficou mais desgastada ainda quando ele reprovou quase toda a turma: de aproximadamente 27 alunos apenas 6 passaram. Os universitários alegam que Valdinar teria sequer dado a chance dos mesmos fazerem o “desempenho acadêmico”, uma prova final para aqueles que não atingiram a nota suficiente de aprovação.
A manifestação começou às 08h em frente ao campus da UESPI. Os alunos usaram faixas com o seguinte conteúdo: “Arrogância... Desrespeito... Ignorância. Repressão, é uma universidade ou um campo de concentração?”; “Seria este o fim da História?”; e “Fora Valdinar! Abaixo ao desrespeito, opressão e arrogância!”. E com músicas que marcaram o período da ditadura militar, além de cartazes e apitos, gritavam “Fora Valdinar”.
O professor Valdinar chegou ao campus e com um celular começou a filmar a manifestação dos alunos, mas pouco tempo depois perdeu o controle e agrediu fortemente o estudante Danilton Nóbrega dos Santos, acertando com o braço a boca do aluno causando ferimentos internos. Logo depois Danilton foi registrar o boletim de ocorrência no 3° Distrito Policial e ao retornar à Uespi, o aluno agredido concedeu uma entrevista à reportagem do Acesso343: “ Nós estávamos fazendo aqui uma manifestação pacífica contra o professor que sai de Teresina transferido, vem prá cá 'bancando o terror' com a turma de História, com todas as turmas e se vangloriando porque ele é doutor, achando que tudo pode. Aí a gente resolveu fazer essa manifestação para que ele seja transferido e eu estava com o cartaz na mão, afastado dele ele se aproximou de mim e me deu um soco na boca”, afirmou Danilton.
Depois da atitude de violência os manifestantes intensificaram os gritos, chamando Valdinar de “agressor”. Este apenas entrou pelos corredores do campus e retornou para sua sala, tranquilamente, como se nada tivesse acontecido. A diretora do campus Alexandre Alves de Oliveira, Rosineide Candeia, não estava na instituição.
Indignados com a situação de total desrespeito e violência os alunos continuaram em frente a UESPI. Inclusive até barracas foram montadas para mostrar que vão continuar se mobilizando enquanto a instituição não se posicionar firmemente em relação ao professor Valdinar.
Os alunos ainda afirmam que até com música o professor indiretamente os ameaçava, pois, segundo eles, por várias vezes ao ver os acadêmicos reunidos em frente ao campus, Valdinar colocava para tocar no seu carro e num volume bem alto, uma música que dizia assim: “Você pode até chorar, de joelhos me implorar, eu não vou voltar atrás, da minha decisão...”. Os estudantes discursaram e usando um carro de som mostraram essa música utilizada para intimidá-los.
Amanhã a manifestação continua e os universitários estarão vestidos de preto e usando um caixão para demonstrar simbolicamente a morte do curso de História, caso Valdinar permaneça.
Fotos: Gilson Brito