25 de outubro de 2010

Documentário registra cultura dos contadores de história de Pedro II


A história de um povo é repassada, na maioria das vezes, oralmente e corre um sério risco de se perder caso não tenha quem der continuidade ao costume

Não deixar uma cultura se perder, esse é o objetivo do documentário “Revelando Griôs e Mestres de Pedro II, produzido pelos jovens Xicco Lima e Douglas Brandão. O documentário busca registrar a tradição oral pedrossegundense contada por pessoas simples, retratando a herança sociocultural dos contadores de histórias, um costume que vem se perdendo com a morte física dos Griôs, por não ter quem dê continuidade a esta cultura.


A história de um povo é repassada, na maioria das vezes, oralmente e corre um sério risco de se perder caso não tenha quem der continuidade ao costume. Pensando nisso foi que Xicco Lima e Douglas Brandão saíram com uma câmera e a coragem para as comunidades rurais de Pedro II atrás de registrar essas histórias, “a gente tinha medo de que com a morte dos mestres perdêssemos a memória da cidade e é claro a memória individual de cada mestre... morrer e não deixar nada, passar despercebido”, explica Xicco Lima.


O documentário de 55 minutos registra as memórias de Griôs como Seu Antônio Mestre da comunidade Esperança em Pedro II, observador da natureza, no documentário ele revela quais os sinais revelados pela natureza para se saber como será o inverno do ano decorrente, relatos como os de Seu Zé Ferreira que coloca sua preocupação com a perca do costume de se usar remédio caseiro e de Dona Rosinha que canta saudosista os costumes de antigamente. 

Douglas Brandão, um dos idealizadores do documentário, explica que além da importância do registro da cultura dos contadores de histórias, o trabalho busca mobilizar a sociedade da importância de se valorizar esses costumes “nós estamos exibindo o documentário nas comunidades destes mestres com o objetivo de provocar interações que os valorizem, e nas escolas a fim de viabilizar um debate e provocar discussões sobre a importância de se valorizar nossa cultura”, conta.

Por Paula Andréas