26 de novembro de 2010

Ansiedade petista

Jânio Holanda - Jornalista

Com a proximidade da posse do governador Wilson Martins, eleito nas eleições de outubro, certamente a expectativa dos aliados com relação ás ocupações de cargos aumentam à medida que o compasso de espera se alonga. E olhe lá! Tem partido aí que chegou ao segundo turno e talvez tenha uma fatia do bolo maior que as agremiações aliadas de primeira mão. Não é à toa que a ciumeira do PT já está publicamente declarada.

As palavras dos representantes do Partido dos Trabalhadores durante entrevistas concedidas aos meios de comunicação locais denotam claramente essa ideia. Ao longo de sua trajetória o PT, através de seus representantes sempre alardeia, e com barulhos, as suas opiniões, sejam elas na defesa ou no ataque a uma determinada questão. O partido esteve no comando do Estado por quase oito anos e agora acha que no governo do PSB vai ter o mesmo “nicho de mercado” que teve no governo anterior.

O governador Wilson Martins já declarou de viva voz que pretende fazer um governo ao seu estilo e esse modo. Isso tem incomodado alguns dos aliados petistas. E quem são eles? Ora, são aqueles que no governo anterior tinham poderosas influências sobre o então governador Wellington Dias. Estes, somente agora estão vendo o limiar de um novo dia, de uma nova era, como diz um ditado bastante popular.

Pra sorte de Wilson Martins, muita gente que poderia ficar de fora vai ser agraciada em outro nível de governo, o federal. A eleição conjunta com Dilma trouxe certo alívio para Wilson, que pode contar com os cargos federais disponíveis no Estado. No entanto, não dá para sobrar muita coisa porque alguns cargos já estão preenchidos por aliados do governo Lula, que poderíamos dizer serem as mesmas pessoas que apoiaram tanto Wilson quanto Dilma.

Esta é uma questão à parte. Porém, o que mais incomoda o PT é a atitude do novo comandante em extinguir alguns órgãos considerados elefantes brancos para o Estado. São organismos que servem apenas para cabide de emprego, pois estão enquadrados em outras instituições que têm as mesmas finalidades. Com isso, o espaço vai se estreitando e a tendência é ficar gente do lado de fora.

A matemática é uma ciência exata. Por conta disso, tem uma professora dessa disciplina que foi um dos baluartes da administração do PT no governo do Estado que até mereceu o cargo de suplente de senador. Pois bem, essa ilustre senhora já deu pitacos em entrevistas, sobre reforma que o governo quer fazer. Para ela, “não há nenhum exagero na máquina. As coordenadorias foram criadas para facilitar e agilizar a captação e a aplicação de recursos”. Para um bom entendedor...

E vejam quem entendeu muito bem e mandou logo o recado: a primeira-dama e deputada, Lílian Martins. Eis a resposta. “O que se quer é perder o mínimo, ganhando o máximo. Por isso, não cabe o discurso reacionário de quem se entenda ameaçado, pois muitos opinam defendendo com os mais diversos argumentos, a extinção, fusão ou criação de Secretarias, Coordenadorias ou outro grande parte olhando somente para o viés que lhe convém”. É mole?

Jânio Holanda - Jornalista