30 de abril de 2011

Novos partidos: alternativa para aproveitadores

Jânio Holanda
A criação e a fusão de novos partidos políticos no Brasil demonstra que os “nossos representantes” não passam de meros aproveitadores e oportunistas em busca de acomodação política de interesse restritamente pessoal. Para constatar o fato, observem os resultados das diversas eleições que se sucedem nesse país.

Quando determinadas siglas partidárias saem enfraquecidas nos embates eleitorais, com a derrota de vários integrantes com mandatos, a tendência dos que não conquistaram sucesso nas urnas é bater asas para outra agremiação. No entanto, e muito embora as regras políticas ainda sejam benevolentes, o cerco está se fechando em torno delas.

Devido à grande pressão popular já surgiu à lei da ficha limpa e está em curso uma reforma na legislação eleitoral, que visa acabar com os inúmeros vícios existentes na atual. Neste sentido, uma delas seria o fortalecimento dos partidos, a começar pela fidelidade partidária. Embora timidamente a justiça tenha barrado o pulo do gato de certos políticos para outras siglas, através da cassação do mandato.

Ao que se fala, a recente criação do PSD surge para acomodar os insatisfeitos com seus respectivos partidos e os derrotados das últimas eleições. Segundo as informações, políticos com mandatos que migrarem para a sigla estariam livres de cassação de seus mandatos. Notícias divulgadas pela imprensa dão conta de que diversos parlamentares, valendo-se deste dispositivo, pretendem se filiar ao novo partido, abandonando as legendas sob as quais se elegeram.

Porém, juridicamente, com a criação do PSD e a adesão de políticos ao novo partido, surgem dúvidas a respeito de infidelidade política. Ainda sem confirmação do resultado da filiação, alguns políticos preferem esperar a consolidação do partido.  O certo é que não há ideologia para estes politicos infiéis, não há convicção, não há ideal. Há interesse político, há a vontade gigantesca de se reeleger, há a visão das vantagens de se estar na base do governo.

Não há instrumentos nos partidos pequenos que barrem estes aproveitadores, afinal, são os próprios partidos parte dos estratagemas. Salvo raríssimas exceções, os políticos migram por interesses pessoais, por interesses eleitorais e, até mesmo, por interesses patrimonais, e nunca por questões ideológicas, de convicção ou de princípios.

De certo que, com movimentação em torna da mais nova sigla partidária, o cenário político não será alterado caso PSDB e DEM protagonizem uma fusão, como foi defendido por lideranças do Democratas de Santa Catarina. Isso porque ambos possuem a mesma característica. Esperemos!

Jânio Holanda - Jornalista