15 de novembro de 2011

Caso Fernanda: tem gente no caldo de pinto

Jânio Holanda
Em artigo anterior, publicado recentemente neste mesmo “O DIA” fiz severas críticas em formas irônicas sobre o trabalho da Polícia Civil quando da investigação da morte da estudante Fernanda Lages. Pois bem, como todos sabemos, o caso foi “encerrado” pela nossa brilhante guarnição sem resultados. Por isso volto a repetir o mesmo artigo, com algumas pequenas modificações para o leitor saber que escrevemos com responsabilidade e faro daquilo que é realmente previsível.

No decorrer dos dias continuamos assistido ainda, ao vivo e em cores, muitas especulações e hipóteses sobre o caso. Diante da resposta da Polícia Civil em inquérito, vimos que a intenção dos responsáveis pela peça foi apenas para confundir a população, principalmente por causa do trabalho de investigação paralela do Ministério Público no sentido de desvendar o provável crime da estudante.

Neste caso, qualquer vivente que tenha um mínimo de raciocínio sabe que o crime, nas circunstâncias que aconteceu, já era pra ter sido elucidado logo nas primeiras horas já que o fato ocorreu num local transitado e em horário diurno. Vale ressaltar, que o assassino ou (os) não tiveram muita preocupação com a presença de testemunhas, por causa de pessoas estarem presentes no local onde a brutalidade aconteceu. No caso dos vigias da obra e de empreendimentos circunvizinhos.

A única hipótese em que me faz acreditar o porquê do fato de ninguém não ter ouvido um sussurro ou gemido sequer da pobre moça é dela ter entrado no local amordaçada ou já morta. Pra quem foi bastante agredida e jogada de uma altura de quase trinta metros e não gemer, somente Jesus Cristo quando carregava a cruz para o calvário, e isso, todos sabem que é humanamente impossível acontecer com um mortal comum.

Durante muitos dias a Polícia colheu dezenas de depoimentos e não encontram nada de sustentação para apontar os culpados. Esperaram por dias um laudo analisado por peritos da Paraíba que iria determinar a morte da jovem, mas ao que parece-me não serviu de nada. Passado 60 dias da morte de Fernanda, a Comissão Investigadora do Crime Organizado entregou o resultado produzido com as investigações, que apontou morte violenta, mas sem identificar suspeitos e/ou causas.

No entanto, o resultado incomodou os promotores responsáveis pelo caso junto ao Ministério Público, que solicitaram e conseguiram a entrada do Polícia Federal para investigar o caso daqui pra frente. Discreta, a PF costuma agir sigilosamente e certamente desvendará o caso em poucos dias. Com isso, a honrosa Polícia Civil estadual, além de perder a oportunidade de sobressair-se com méritos positivos perante a opinião pública, provavelmente carregará a sina da incompetência para sempre.

Portanto, aquelas pessoas que estariam fazendo lobby em Brasília para que a Polícia Federal não entrasse no caso devem estar agora no caldo de pinto, com receio de algum ente querido ter se envolvido nessa tremenda covardia.

Jânio Holanda - Jornalista