24 de março de 2012

Alunos prejudicados com a greve na educação

Jânio Holanda
Milhares de alunos da rede pública de educação piauiense que necessitam do ensino público estão sendo prejudicados por uma greve de professores, que se estende o mês de desde fevereiro. A paralisação que está ocorrendo em quase todas as escolas estaduais demonstrou fragilidade de reação do próprio governo, refém da situação. A verdade é que o caos está instalado e ano letivo comprometido.

Sem questionar ou entrar no mérito da questão, a greve, que é um direito constitucional do trabalhador, gera prejuízos para todas as partes, pois as famílias carentes ficam impossibilitadas de matricular seus filhos em escolas particulares devido ao custo muito alto.. Com a ausência de professores nas salas de aula as escolas deixam de exercerem suas atividades regulares sobrando às consequências para os alunos.

Pelo visto os responsáveis pelo atendimento do pleito da categoria parecem passivos a problemática. Para eles, em sendo mantida a tática de não negociarem com os grevistas enquanto estiverem parados vai resolver a situação. No entanto, os dias vãos se passando e o calendário ficando cada vez mais comprometido.

Diante desse quadro demonstrativo, só quem perde são os pais dos alunos que veem seus filhos sendo prejudicados e nada podem fazer. Num momento em que as partes envolvidas deveriam refletir para avaliarem os transtornos da situação, percebemos que nenhuma delas tem procurado uma saída plausível para resolução do problema.

Enquanto o governo, através do secretário de educação vai aos meios de comunicação dizer que o estado não tem condições de arcar com o valor do piso reivindicado pela categoria, os professores reúnem-se em assembleias para decidir estratégias para fortalecer o movimento e levar para as manifestações visando convencer os demais professores que ainda não aderiram ao movimento, mas que estão em casa, além de mostrar para os pais dos alunos quem é o verdadeiro culpado pela paralisação das aulas.

De certo é que o impasse está deixando cerca de 2 mil alunos fora das salas de aula a e agreve talvez não acabe tão cedo, pois os professores não abrem mão do piso salarial de R$ 1.451,00, estabelecido por Lei Federal. Para a presidente do Sindicato dos Servidores da Educação (Sinte), a proposta apresentada pelo Governo e encaminhada para a Assembleia, não atende as reivindicações da categoria.

Portanto, do jeito que está à questão deve mesma ser resolvida na justiça do trabalho. Os trabalhadores têm direito à greve, mas não justifica milhares de alunos serem prejudicadas por causa de um impasse que o governo federal gerou ao criar um piso salarial, que apesar de pequeno, diante da importância da educação para o desenvolvimento de uma nação, não corresponde a realidade financeira de alguns estados e municípios como vem alegando os gestores.

Jânio Holanda - Jornalista