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Jânio Holanda |
Milhares de alunos da
rede pública de educação piauiense que necessitam do ensino
público estão sendo prejudicados por uma greve de professores, que
se estende o mês de desde fevereiro. A paralisação que está
ocorrendo em quase todas as escolas estaduais demonstrou fragilidade
de reação do próprio governo, refém da situação. A verdade é
que o caos está instalado e ano letivo comprometido.
Sem questionar ou
entrar no mérito da questão, a greve, que é um direito
constitucional do trabalhador, gera prejuízos para todas as partes,
pois as famílias carentes ficam impossibilitadas de matricular seus
filhos em escolas particulares devido ao custo muito alto.. Com a
ausência de professores nas salas de aula as escolas deixam de
exercerem suas atividades regulares sobrando às consequências para
os alunos.
Pelo visto os
responsáveis pelo atendimento do pleito da categoria parecem
passivos a problemática. Para eles, em sendo mantida a tática de
não negociarem com os grevistas enquanto estiverem parados vai
resolver a situação. No entanto, os dias vãos se passando e o
calendário ficando cada vez mais comprometido.
Diante desse quadro
demonstrativo, só quem perde são os pais dos alunos que veem seus
filhos sendo prejudicados e nada podem fazer. Num momento em que as
partes envolvidas deveriam refletir para avaliarem os transtornos da
situação, percebemos que nenhuma delas tem procurado uma saída
plausível para resolução do problema.
Enquanto o governo,
através do secretário de educação vai aos meios de comunicação
dizer que o estado não tem condições de arcar com o valor do piso
reivindicado pela categoria, os professores reúnem-se em assembleias
para decidir estratégias para fortalecer o movimento e levar para as
manifestações visando convencer os demais professores que ainda não
aderiram ao movimento, mas que estão em casa, além de mostrar para
os pais dos alunos quem é o verdadeiro culpado pela paralisação
das aulas.
De certo é que o
impasse está deixando cerca de 2 mil alunos fora
das salas de aula a e agreve talvez não acabe tão cedo, pois os
professores não abrem mão do piso salarial de R$ 1.451,00,
estabelecido por Lei Federal. Para a presidente do Sindicato dos
Servidores da Educação (Sinte), a proposta apresentada pelo Governo
e encaminhada para a Assembleia, não atende as reivindicações da
categoria.
Portanto,
do jeito que está à questão deve mesma ser resolvida na justiça
do trabalho. Os trabalhadores têm direito à greve, mas não
justifica milhares de alunos serem prejudicadas por causa de um
impasse que o governo federal gerou ao criar um piso salarial, que
apesar de pequeno, diante da importância da educação para o
desenvolvimento de uma nação, não corresponde a realidade
financeira de alguns estados e municípios como vem alegando os
gestores.
Jânio Holanda -
Jornalista